UNIVERSO

Descoberta de exoplanetas completa 30 anos; origem ainda é pouco conhecida

Exoplanetas são planetas que estão fora do Sistema Solar. A órbita deles em pulsares no espaço deslumbra e intriga a ciência

Os primeiros exoplanetas foram descobertos há 30 anos, em 1992, orbitando um pulsar chamado PSR B1257+12. Pulsares são estrelas de nêutrons com campo magnético tão intenso, capaz de transformar a energia rotacional em energia eletromagnética. As condições inóspitas de nascimento dos pulsares fazem com que formação de exoplanetas seja rara e ainda pouco conhecida. Uma pesquisa conduzida pelo Observatório Jodrell Bank apontou que menos de 0,5% de todos os pulsares conhecidos poderiam hospedar planetas com a massa da Terra.

Uma equipe de astrônomos da Universidade de Manchester pesquisou planetas orbitando pulsares, com massas até 100 vezes maiores que a da Terra. O estudo mostrou que a forma das órbitas dos exoplanetas é predominantemente elíptica, enquanto os planetas localizados no Sistema Solar orbitam em caminhos quase circulares. "Isso indica que o processo de formação para sistemas de planetas pulsares é muito diferente dos sistemas tradicionais de planetas estelares", informa o comunicado da pesquisa.

Sobre os pulsares, os pesquisadores afirmam que a formação de planetas em condições parecidas com os do Sistema Solar é improvável, sendo comum encontrar corpos celestes exóticos, compostos principalmente de diamante. Após 30 anos da descoberta, estima-se que mais de 5.000 exoplanetas já foram detectados.

De acordo com Iuliana Niu, estudante de doutorado na Universidade de Manchester, os pulsares produzem sinais que "varrem" toda a Terra quando giram, de forma similar a um farol cósmico. "Exatamente 30 anos atrás, os primeiros planetas extra-solares foram descobertos em torno de um pulsar, mas ainda precisamos entender como esses planetas podem se formar e sobreviver em condições tão extremas. Descobrir o quão comuns eles são e como eles se parecem é um passo crucial para isso", afirmou.

Saiba Mais