Alimentos com amido resistente, como por exemplo a banana, se mostraram preventivos a alguns tipos de câncer para pessoas com alto índice de desenvolver a doença hereditariamente. É o que indica o estudo — publicado na revista científica Cancer Prevention Research, na segunda-feira (25/7). A pesquisa monitorou pacientes com síndrome de Lynch, uma condição hereditária que aumenta o risco de desenvolver certos tipos de câncer antes dos 50 anos.
A partir das análises, os pesquisadores observaram que uma dose regular de amido resistente, tomada por uma média de dois anos, reduziu mais da metade dos cânceres do trato gastrointestinal superior (GI), como câncer de esôfago, gástrico, do trato biliar, pancreático e duodenal. No entanto, não surtiu efeito em casos de cânceres intestinais.
Entre os anos 1995 e 2005, os pesquisadores recrutaram pacientes para o estudo e nos dez anos seguinte analisaram os dados nestas circunstâncias, mas nenhuma diferença foi observada. Dez anos depois dos primeiros resultados, entretanto, os efeitos positivos foram encontrados.
No primeiro grupo, que tinha 463 participantes, apenas cinco casos de câncer no trato gastrointestinal superior foram identificados. Na segunda fase, 21 pessoas dos 455 pacientes tiveram diagnóstico positivo de câncer.
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Banana como prevenção
Segundo os pesquisadores, alimentos que tenham o amido resistente, como ervilhas, feijões e aveia podem reduzir os casos da doença em mais de 60%, com efeito mais óbvio na parte superior do intestino. O amido também pode ser tomado como suplemento em pó.
"A dose usada no teste é equivalente a comer uma banana diária: antes de ficarem muito maduras e macias, o amido das bananas resiste à quebra e chega ao intestino, onde pode mudar o tipo de bactéria que vive lá", explica John Mathers, um dos autores do estudo.
O amido resistente fermenta no intestino grosso, alimentando bactérias benéficas do intestino, enquanto outros carboidratos são digeridos no intestino delgado. Assim, de acordo com os autores da pesquisa, o amido resistente altera o metabolismo bacteriano dos ácidos biliares e reduz os tipos de ácidos biliares que podem danificar o DNA e, eventualmente, causar o câncer.
Os pesquisadores pontuam também que apesar dos resultados serem excitantes, uma vez que os cânceres do trato GI superior são difíceis de diagnosticar e muitas vezes não são detectados precocemente, outras pesquisas ainda precisam ser feitas sobre o assunto. "Os resultados são empolgantes, mas a magnitude do efeito protetor no trato GI superior foi inesperada, portanto, mais pesquisas são necessárias para replicar essas descobertas”, afirma Tim Bishop, que também assina o estudo.
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