A quarta temporada de Stranger things foi um sucesso na Netflix e nas redes sociais, e conseguiu até mesmo alavancar a música dos anos 80 Running up that hill, de Kate Bush, para o topo das paradas de músicas mundiais. Na série, a música ajuda a personagem Max (Sadie Sink) a lutar contra o vilão Vecna, sob a justificativa de que a canção favorita da personagem alcança partes específicas do cérebro e quebra a conexão mental com o vilão.
Mas o poder causado por Kate Bush em Max pode ocorrer também na vida real? Pesquisadores da Universidade de Northeastern, nos Estados Unidos, dizem que sim.
“Há algo na música que é essa conectividade funcional entre o sistema auditivo e de recompensa, e é por isso que a música é tão especial, e é capaz de explorar essas funções cognitivas aparentemente muito gerais que de repente estão muito envolvidas em pessoas com demência que estão ouvindo música”, explica Psyche Loui, uma das autoras do estudo.
No trabalho — publicado na revista científica Nature's Scientific Reports no dia 7 de julho — os pesquisadores comprovaram que as músicas favoritas de uma pessoa podem ativar o canal direto entre o sistema auditivo do cérebro e o córtex pré-frontal medial, região ligada ao sistema de recompensa, área que comanda a motivação.
Na pesquisa, a equipe multidisciplinar de musicoterapeutas, neurologistas e psiquiatras geriátricos, pediu para um grupo de idosos, com idades entre 54 e 89 anos, que ouvissem uma lista de reprodução de músicas por uma hora todos os dias durante oito semana. Após escutar, eles precisavam registrar sua resposta às canções.
Saiba Mais
Além disso, as músicas eram uma combinação de faixas escolhidas pelos próprios participantes e foram pré-determinadas conforme o gosto e familiaridade de cada um deles.
Na sequência, os pesquisadores escaneavam o cérebros dos participantes com uma máquina de ressonância magnética antes e depois das sessões de músicas para medir a resposta neurológica.
A partir das análises, os especialistas concluíram que a música que era familiar e apreciada tendia a ativar mais as áreas auditivas e de recompensa. No entanto, as músicas que os participantes selecionaram forneceram uma conexão ainda mais forte entre essas duas áreas do cérebro.
"Este pode ser o mecanismo central para as mudanças que acontecem no cérebro quando você está ouvindo música e quando você está ouvindo música de forma consistente, persistente e consciente ao longo de uma intervenção”, afirma Loui.
Mais para frente, Loui espera estender seu estudo para adultos mais velhos que têm distúrbios cognitivos e neurodegenerativos, que podem se beneficiar ainda mais dos efeitos da musicoterapia. "Estamos tentando projetar essas novas terapias para aproveitar as propriedades rítmicas da música e as propriedades rítmicas do cérebro e o ajuste das populações neurais em relação aos sinais acústicos da música pode ser útil para melhorar conhecimento", garante.
Saiba Mais
- Ciência e Saúde Entenda por que Júpiter não tem anéis em sua órbita como Saturno
- Cidades DF Preso no jogo do Flamengo, foragido agrediu agente e escapou de audiência
- Diversão e Arte Ação de assédio sexual de sobrinho contra Ricky Martin é arquivada
- Diversão e Arte Maraisa relembra últimos momentos antes da morte de Marília Mendonça
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.