EXPLORAÇÃO ESPACIAL

Entenda por que Júpiter não tem anéis em sua órbita como Saturno

Segundo os pesquisadores, caso o maior planeta do Sistema Solar tivesse anéis, ele seria ainda mais brilhante para visibilidade na Terra

Camilla Germano
postado em 21/07/2022 11:11 / atualizado em 21/07/2022 11:13
Simulação mostra como Júpiter seria se tivesse anéis gigantes como os de Saturno. -  (crédito: UCR/Stephen Kane)
Simulação mostra como Júpiter seria se tivesse anéis gigantes como os de Saturno. - (crédito: UCR/Stephen Kane)

Além de ser o maior planeta do Sistema Solar já imaginou se Júpiter tivesse anéis em sua órbita assim como Saturno? Segundo pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Riverside, nos Estados Unidos, isso significaria que o planeta seria ainda mais visível da Terra. No entanto, existe um motivo para que não existam anéis em Júpiter: as suas luas massivas impedem que anéis de gelo se formem em sua órbita.

No estudo, que será publicado na revista científica Planetary Science mediante revisão, os pesquisadores explicam que é improvável que o planeta tenha tido anéis em qualquer ponto em seu passado. "As luas galileanas de Júpiter, uma das quais é a maior lua do nosso sistema solar, destruiriam muito rapidamente quaisquer grandes anéis que pudessem se formar", pontua o astrofísico Stephen Kane, um dos autores da pesquisa.

Para entender porque Júpiter não tem anéis os pesquisadores usaram uma simulação dinâmica de computador contabilizando as órbitas das quatro luas principais e a órbita do planeta além de informações sobre o tempo em que leva para os anéis se formarem.

O estudo ressalta ainda que os quatro maiores planetas do Sistema Solar — Saturno, Netuno, Urano e também Júpiter — têm de fato anéis, mas que não são tão visíveis quanto em Saturno, que são feitos em grande parte por gelo e que pode ter sido formado por cometas.

No caso de Júpiter, as recentes imagens feitas pelo Telescópio James Webb da Agência Espacial Americana (Nasa) revelam que são anéis mais fracos ao redor do planeta.

Já em Urano, seus anéis não são tão grandes. Alguns astrônomos acreditam que o planeta está tombado de lado como resultado de uma colisão com outro corpo celeste e seus anéis podem ser os restos desse impacto.

Contudo, Kane ressalta que, além da beleza dos anéis, eles podem ajudar a entender a história do planeta assim como tamanho e composição podem explicar como eles se formaram. "Para nós, astrônomos, são os respingos de sangue nas paredes de uma cena de crime. Quando olhamos para os anéis de planetas gigantes, é evidência de que algo catastrófico aconteceu para colocar esse material lá”, garante.

  • Imagem mostra as luas galileanas de Júpiter Divulgação/NASA
  • Simulação mostra como Júpiter seria se tivesse anéis gigantes como os de Saturno UCR/Stephen Kane

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