Dois dias após revelar as primeiras imagens captadas pelo telescópio espacial James Webb, a Nasa compartilhou, nesta quinta-feira (14/7), um registro de Júpiter feito pelo observador. As imagens foram feitas na etapa de teste dos instrumentos de Webb e confirma que, além de ser poderoso para alcançar os locais mais distantes do Universo, também rastreia e produz imagens e espectros de objetos do Sistema Solar com detalhes “sem precedentes”.
“Combinadas com as imagens de campo profundo divulgadas na terça (12/7), essas imagens de Júpiter demonstram a compreensão completa de que Webb pode observar desde as galáxias observáveis mais fracas e distantes até planetas em nosso próprio quintal cósmico”, definiu Bryan Holler, cientista do Space Telescope Science Institute em Baltimore, que ajudou a planejar essas “observações-teste”.
As imagens foram captadas pelo instrumento NIRCam, o principal gerador de imagens do telescópio que cobre a captação de faixas de comprimento de onda infravermelho. É ele quem propiciará a detecção de luz das primeiras estrelas e de galáxias em processo de formação. Equipado com coronógrafos, ele pode captar, facilmente, objetos ou elementos muito fracos ao redor de um objeto central brilhante.
Foi o que ocorreu com uma das imagens captadas de Júpiter, que revelou, claramente, o que os cientistas chamam de Grande Mancha Vermelha, “uma tempestade de elementos grande o suficiente para engolir a Terra”. As fotos ainda não foram tratadas completamente pelos cientistas e é provável que, quando observações sobre o Sistema Solar forem feitas, sem serem testes, imagens em alta definição e em cores exponenciais sejam liberadas pela Nasa.
O NIRCam mostra as conhecidas “linhas” que se empilham uma sobre a outra em todo o planeta com distinção. No espectro formado pelo instrumento e visto acima, também é possível ver, bem definidas, as luas do planeta: Europa e Tebe, à esquerda, e Métis, à direita. A sombra de Europa também pode ser vista claramente à esquerda do planeta.
"Eu não podia acreditar que vimos tudo tão claramente, e quão brilhantes eles eram", disse Stefanie Milam, vice-cientista do projeto Webb para ciência planetária. “É realmente emocionante pensar na capacidade e oportunidade que temos para observar esses tipos de objetos em nosso Sistema Solar”, acrescentou.
É possível ver, ainda, a percepção fina de alguns anéis de Júpiter. Os cientistas afirmam que foi uma captação “absolutamente surpreendente”, já que os testes se basearam em exposições de apenas 1 minuto.
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“As imagens de Júpiter nos filtros de banda estreita foram projetadas para fornecer boas imagens de todo o planeta em si, mas a riqueza de informações adicionais sobre objetos muito fracos (como as luas Metis e Thebe, o anel principal e neblinas) nessas imagens com exposições de aproximadamente um minuto foram absolutamente uma surpresa muito agradável”, disse John Stansberry, cientista do observatório e líder de comissionamento do NIRCam no Space Telescope Science Institute.
Teste também verificou capacidade de Webb em captar asteróides
O telescópio também passou por um teste para aferir a capacidade de rastrear objetos em movimento. Webb rastreou e captou o asteroide denominado 6481 Tenzing, localizado no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, uma habilidade de captação de dados em objetos que se movem mais do que o dobro da velocidade de Marte — 67 milissegundos de arco por segundo.
De acordo com os cientistas, este é o dobro da capacidade esperada para o telescópio e, para exemplificar, afirmam que a capacidade é semelhante “a fotografar uma tartaruga rastejando quando você está a uma milha de distância” (cerca de 1,6 km).
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