A comunidade científica e a internet se surpreenderam, nesta terça-feira (12/7) com a qualidade das fotos divulgadas pela agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa, captadas pelo telescópio James Webb. A que mais chamou a atenção foi a imagem da Nebulosa de Carina, a última apresentada na transmissão ao vivo.
A Nebulosa, catalogada como NGC 3324, é uma das mais brilhantes do céu e um berçário estelar, já que estrelas nascem por entre suas nuvens e tufos. Ela está localizada a 7.500 anos-luz da Terra e é caracterizada pelas estrelas que aparecem ao seu lado, formando uma nuvem de gás e poeira estelar.
As imagens captadas podem ajudar a entender o processo de construção de estrelas, uma vez que se propagam com o tempo e são desencadeados pela expansão da cavidade em erosão. À medida que a borda brilhante e ionizada se move para dentro da nebulosa, ela lentamente empurra o gás e a poeira. Se a borda encontrar qualquer material instável, o aumento da pressão fará com que o material colapse e forme novas estrelas.
Por outro lado, esse tipo de distúrbio também pode impedir a formação de estrelas à medida que o material de formação de estrelas é erodido.
Este é um equilíbrio muito delicado entre desencadear a formação de estrelas e pará-la. O James Webb será utilizado para abordar algumas das grandes questões em aberto na astrofísica moderna: o que determina o número de estrelas que se formam em uma determinada região? Por que as estrelas se formam com uma certa massa?
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Entendendo a imagem do James Webb
A imagem captada pelo telescópio, que aparenta ser tridimensional, mostra uma gigante e gasosa cavidade dentro da Nebulosa de Carina. Além disso, os "pontos altos" observados na fotografia equivalem a cerca de sete anos-luz de altura.
Segundo o site da NASA, "essa área cavernosa foi esculpida na Nebulosa pela intensa radiação ultravioleta e ventos estelares de estrelas jovens extremamente massivas, quentes e localizadas no centro da bolha, acima da imagem mostrada".
A radiação ultravioleta escaldante das estrelas jovens aparenta esculpir a parede da nebulosa erodindo-a lentamente, dessa forma, pilares dramáticos se elevam acima da parede brilhante de gás, resistindo a essa radiação.
Outro detalhe é o "vapor" que parece subir das "montanhas" celestes nas imagens. Contudo, na verdade, trata-se de um gás ionizado quente e poeira quente saindo da nebulosa devido à radiação.
Em razão da sensibilidade do James Webb à luz infravermelha, ele é capaz de ver entre a poeira cósmica para revelar os berçários estelares e estrelas individuais que estão completamente escondidas em imagens de luz visível. É por isso que conseguimos observar a imagem.
Vale o lembrete que as fontes mais jovens aparecem como pontos vermelhos nas imagens e são mais difíceis de capturar sem o auxílio do Webb.
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