Já é claro como a composição da atmosfera, especialmente a abundância de gases de efeito estufa, influencia o clima da Terra. Agora, além disso, pesquisadores da Universidade Purdue, descobriram que a presença de sal na água do mar também pode ter um grande impacto sobre a habitabilidade da Terra e de outros planetas.
A equipe usou um modelo climático para investigar os climas de planetas com diferentes quantidades de sal dissolvido na água do mar para provar que oceanos mais salgados tendem a resultar em climas mais quentes e, portanto, podem ajudar na capacidade de um planeta de hospedar vida.
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A pesquisa buscava investigar a resposta do sistema climático atual da Terra e do Arqueano (era geológica, marcada pelas primeiras formas de vida unicelulares da Terra) relacionada à baixa e alta salinidade oceânica.
Para comprovar a hipótese, os pesquisadores simularam o clima de estado estável para três salinidades oceânicas globais: 20, 35 e 50 g/kg, e calcularam os efeitos da salinidade sobre a densidade da água do mar, padrões de circulação oceânica, transporte de calor associado e a depressão do ponto de congelamento. O próximo passo foi distribuir o sal de forma globalmente homogênea e conservar a massa e concentrar o sal em resposta à formação de gelo marinho, bem como à evaporação e precipitação, resultando em variações espaciais e temporais da salinidade nas simulações.
Todas as simulações começaram a partir de um estado quente e sem gelo, e com o objetivo de explorar a resposta do sistema climático às mudanças da salinidade oceânica, os pesquisadores buscavam a obtenção do equilíbrio energético global e a convergência da cobertura de gelo e da temperatura superficial.
Foi também notado pelos pesquisadores que o aquecimento com o aumento da salinidade acontece principalmente devido a mudanças na dinâmica dos oceanos e ao nível de congelamento das águas.
De acordo com os pesquisadores, as principais incertezas para os estudos futuros sobre o assunto, incluem a resolução dos detalhes da evolução da salinidade da Terra e como a salinidade oceânica afeta a forçagem radiativa das nuvens.
*Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes