No momento em que cidades de vários países enfrentam ondas de calor incomuns, a Organização das Nações Unidas (ONU) pediu uma "ação imediata" contra a seca e a desertificação para evitar "desastres humanos". "A hora de agir é agora: cada ação conta", disse o secretário executivo da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD, na sigla em inglês), Ibrahim Thiaw, em uma conferência mundial em Madri, na Espanha, por ocasião do Dia Mundial da Luta contra a Seca.
Thiaw lembrou que o número crescente de pessoas que têm sido afetadas pela seca não é mais novidade e alertou que as estimativas indicam que "metade da população mundial enfrentará uma grave escassez de água nos próximos oito anos". Por isso, seguiu, "é indispensável implementar sistemas eficazes de alerta precoce e mobilizar fundos duradouros para melhorar a resistência das populações à desertificação".
Países como Estados Unidos, Espanha, Itália e França estão sofrendo ondas de calor extremo fora do verão, com temperaturas acima de 40ºC. "Não há lugar na Terra para se esconder (...) Nenhum país, rico ou pobre, está a salvo", insistiu o representante da UNCCD. Organizada na Espanha, a conferência acontece quase um mês depois da COP15 contra a desertificação, que reuniu 7 mil pessoas em Abidjan, na Costa do Marfim, e teve como resultado o compromisso de recuperar 1 bilhão de hectares de terras degradadas até 2030 para responder à "emergência climática".