A onda atual de casos de varíola do macaco em cerca de 30 países, fora das regiões endêmicas, sugere que a transmissão do vírus passou despercebida por algum tempo, anunciou a Organização Mundial da Saúde (OMS) em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (1º).
"O surgimento súbito da varíola do macaco em diferentes países no mesmo período sugere que a transmissão não foi detectada durante certo tempo", declarou o diretor da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Mais de 550 casos em 30 países nos quais a enfermidade não é endêmica e só é notificada excepcionalmente foram registrados pela OMS desde o início do surto atual de casos há cerca de um mês, acrescentou.
A chegada do vírus a Europa, América do Norte e Oriente Médio causou preocupação nas últimas semanas e o temor de uma nova pandemia.
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"A OMS exorta os países afetados a ampliar a vigilância e a rastrear os casos em suas comunidades", advertiu Tedros, que ressaltou que qualquer um pode ser infectado pelo vírus em caso de contato próximo com um doente.
Até agora, a maioria dos casos registrados envolvem "homens que mantêm relações sexuais com homens", detalhou o diretor da OMS.
Apesar de a OMS esperar um aumento no número de casos, ainda não se pode falar de pandemia.
"Trata-se de uma onda de casos, e as ondas podem ser interrompidas", disse a responsável técnica da OMS para a varíola do macaco, Rosamund Lewis, ao ressaltar que a propagação atual da doença era "uma fonte de preocupação".
"Embora a onda atual de casos não tenha causado mortes, o vírus da varíola do macaco causa mortes todos os anos no continente africano há pelo menos meio século", acrescentou a doutora Lewis.
O vírus da varíola do macaco apresenta similaridades com o da varíola humana, erradicada desde os anos 1980, quando foram encerradas as campanhas de vacinação.
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