SAÚDE

Overtraining: saiba quais são os perigos do excesso de atividade física

O Correio conversou com especialista para entender como o excesso (até) de atividade física pode prejudicar a saúde

Sabe aquela vontade incontrolável de ir para a academia ou de praticar qualquer atividade física para manter o "shape" em dia? Pois é, o sertanejo Eduardo Costa revelou, em uma entrevista à Band, que fez uma promessa para acabar com o vício em academia.

“Pouco antes da pandemia, eu estava vivendo um momento difícil, que eu chamo de pré-depressão. Estava muito vaidoso, então a academia era uma das coisas que eu mais fazia. Era muito vaidoso. [...] Eu fiz um voto de não ir para a academia mais durante esse tempo, que foram três anos”, revelou o cantor.

Contudo, os perigos do vício em atividade física — ou o excesso dela — vai muito além da vaidade. O Correio conversou com Thiago Rosa, profissional de educação física e professor do Programa de Pós-graduação em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, para entender como o chamado overtraining pode prejudicar a saúde.

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O profissional explica que o overtraining (o excesso de atividade física) é considerado um acúmulo de carga de treinamento que leva à diminuição do desempenho e uma fadiga crônica que requerem dias ou até semanas para recuperação.

"De um modo geral, os atletas treinam para aumentar o desempenho. Aumentos de desempenho são alcançados através do aumento das cargas de treinamento. Cargas aumentadas são toleradas apenas por períodos intercalados de descanso e recuperação — periodização do treinamento", esclarece o docente.

Rosa ressalta que a condição é uma síndrome que pode ser difícil de ser estabelecida, necessitando de avaliações acuradas e muitas vezes é confundida com outras condições, como o burnout e overreaching funcional, ou diminuição temporária do desempenho.

Como identificar se estou com overtraining?

O especialista aponta que o overtraining apresenta alterações marcantes no corpo que merecem de atenção, como perda de força; alterações da frequência cardíaca; perda da massa muscular; fadiga crônica; redução do estoque de glicogênio; alterações da glicemia; aumento do lactato sanguíneo de forma sustentada; redução da testosterona; irritabilidade; perda de apetite; insônia, infecções de trato respiratório superior e febre.

"É uma condição muito séria e que pode trazer consequências graves como maior incidência de lesões, quadros de ansiedade e depressão, infecções graves e até morte", alerta Rosa.

Como prevenir o overtraining?

O docente pontua que para prevenir o overtraining deve-se buscar auxílio de profissionais especializados como nutricionistas e profissionais de educação física para compor uma nutrição adequada, boa higiene de sono e periodização do treinamento, respeitando volume e carga de treinamento, assim como o descanso.

Como tratar o overtraining?

Caso o overtraining seja diagnosticado, Rosa explica que a pessoa deve buscar um médico e nutricionista para se estabelecer estratégias de repouso, alterações dietéticas e suplementação, assim como a necessidade de medicações e moduladores do sistema imunológico para se reverter a gravidade do quadro.

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