Uma tinta de parede inseticida promete ser mais uma ferramenta no combate ao Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chicungunha.
A tecnologia foi desenvolvida na Espanha pela cientista Maria Pilar Mateo Herrero e consiste em uma tinta com microcápsulas inseticidas de biopolímero que são liberadas gradualmente após a aplicação na parede. Dessa forma, quando o mosquito pousa na parede, ele morre.
Uma das vantagens da invenção é que o inseticida só fica na parede e não solto no ar, como ocorre com os inseticidas de spray.
O produto foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2020 e já é usado em mais de 100 países.
De acordo com a Inesfly Brasil, fabricante da tinta no país, o produto é indicado para ambientes internos de casas, hospitais e prédios públicos. Após aplicar, é preciso esperar oito horas com o ambiente aberto e ventilado. A duração do inseticida é de até dois anos.
Testes feitos pelo Instituto de Pesquisas Científicas Tecnológicas do Amapá (Iepa), mostrou que a tinta consegue matar o mosquito em média até 15 minutos depois que ele pousa na parede.
No Distrito Federal, a tecnologia já está sendo testada em prédios públicos, como no Centro de Ensino Fundamental 1 de Sobradinho e na Divisão de Apoio e Serviços Gerais da Polícia Civil do Distrito Federal.
Surto de dengue
Entre janeiro e maio de 2022, o DF registrou um aumento de 528,2% no número de infectados com a dengue na comparação com 2021. A Região Centro-Oeste teve a maior taxa de incidência da doença neste ano, segundo Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde.
De acordo com a Secretaria de Saúde, o aumento foi provocado pelas mudanças climáticas e a como o mosquito Aedes aegypti se adaptou a elas; as fortes chuvas registradas no fim de 2021 e início de 2022; e o comportamento da população, que passou a ficar mais em casa devido a pandemia de covid-19, o que gerou o acúmulo de lixo e outros materiais favoráveis a proliferação do mosquito.