Cientistas da Austrália testam uma droga para pacientes com demência frontotemporal variante comportamental (DFVC), que atinge pessoas com menos de 60 anos. Em ensaios clínicos iniciais, o selenato de sódio impediu prejuízos cognitivos causados pelo problema de saúde. Os resultados do trabalho foram apresentados na última edição da revista Alzheimer 's & Dementia Translational Research & Clinical Interventions.
Na análise, a equipe avaliou o efeito da droga em voluntários com DFVC por um período de 12 meses. A droga foi bem tolerada, não gerou efeitos colaterais nem piora dos sintomas cognitivos e comportamentais. Também reduziu as taxas de atrofia cerebral (destruição de células nervosas) da maioria dos pacientes.
De acordo com os autores do estudo, o selenato de sódio regula positivamente uma enzima no cérebro que quebra a proteína tau, que, acumulada, pode causar problemas cognitivos. Em quase metade dos casos de DFVC, o dano aos neurônios se dá por esse processo, segundo Lucy Vivash, pesquisadora do Departamento de Neurociência da universidade australiana e uma das autoras do estudo.
"Já mostramos, em um estudo anterior, que essa droga administrada a pacientes com doença de Alzheimer leve a moderada resultou em menos neurodegeneração do que naqueles que não o fizeram", relata. O grupo de pesquisa se dedica, agora, a um ensaio com um número maior de pacientes.