"Porque os bebês choram tanto?” Se você é pai, mãe - ou já viajou de avião com crianças - certamente já se fez essa pergunta. O choro de um bebê pode ser desesperador. Principalmente quando não se sabe a causa ou como ajudar a criança. O resultado é uma família inteira estressada e frustrada.
No entanto, a musicista (e mãe) australiana Priscilla Dunstan desenvolveu um método que classifica o choro do bebê em cinco tipos, utilizando como base os reflexos da criança. Ela percebeu que, independentemente do país em que os bebês estivessem, eles choravam com o mesmo "som".
Dayane dos Anjos, consultora em amamentação e idealizadora do canal Manual do Recém-Nascido, explica que o choro é a única forma de comunicação do bebê e pode ter diversas causas. "O bebê pode chorar por vários motivos: fome, sede, sono, calor, frio, refluxo, fralda suja, posição desconfortável, e até por necessidades fisiológicas como gases, vontade de fazer cocô ou precisar arrotar", diz Dayane.
Segundo a consultora de amamentação, para entender a demanda do bebê, é preciso observar como o ele está chorando: o som que ele faz, a movimentação da boca, o jeito que ele se comporta.
'No início, pode parecer que todos os choros são iguais e fica difícil diferenciá-los, mas tudo bem. Com o tempo vamos conhecendo o nosso bebê e tendo mais facilidade para interpretá-lo", afirma Dayane.
Mãe de segunda viagem, a empresária Flávia Cecílio achou que, com a experiência adquirida com o filho mais velho, Lucca Braga, de 12 anos, saberia lidar melhor com as demandas do novo bebê, Noah, de 4 meses.
"Sei que fatores naturais e ambientais como fome, frio, calor, fralda e barulho talvez sejam incômodos para o bebê. E a reação é o choro”, diz Cecílio, ao contar que gosta de ler e buscar informações sobre os temas que envolvem a prole.
Para a especialista em amamentação, Flávia está certa. "Um exemplo prático é quando o bebê está com fome, ele chora apontando a linguinha para o céu da boca, e emite o som 'nhé'. Ele faz assim porque são sinais do reflexo de sucção. Mas junto com isso também tem a expressão corporal: o recém-nascido procura o seio da mãe com a boca e até suga as mãos”, explica Dayane.
De acordo com a fonoaudióloga Adriana Assunção, desde o nascimento os bebês apresentam o choro como uma reação biológica à dor ou à fome. E, a partir dos dois ou três meses, esse choro começa a se diferenciar, permitindo ao cuidador entender o que a criança quer.
"O choro é um ato comunicativo e não deve ser ignorado. A criança usa para se comunicar. É normal que, após atendida, a criança cesse o choro. Não é normal o choro intermitente. Caso a criança seja atendida e continue chorando, é importante buscar ajuda para verificar se não há outras causas", alerta a fonoaudióloga.
Atualmente Flávia já começa a entender as demandas de Noah, pois, aos 4 meses, mãe e filho já interagem bem. “Porém, confesso que ainda estamos no processo de conhecimento”, diz a empresária.
A mãe de Lucca e Noah conta que já se desesperou em alguns momentos, depois de tentar todas as alternativas que conhecia, sem sucesso. “Senti-me impotente e desesperada por vê-lo chorar e nada que eu fazia, resolvia”, desabafa.
Por vezes, em momentos de choro aparentemente sem explicação, o que Flávia faz é observar o bebê e os sinais que ele mesmo dá à mãe. E quando todas as demandas fisiológicas são atendidas, o segredo da família Cecílio é simples e poderoso: colo, leite materno e muito amor.
Os cinco tipos de choro, segundo Priscilla Dunstan:
border="0"Desconforto
Um choro mais frequente e constante. Pode ser fralda suja, calor, frio, posição desconfortável, ambiente irritante, anseio pelo colo
Confira abaixo o post do manual do recém nascido que ilustra, em vídeos, os tipos de choro de acordo com os motivos:
Ainda de acordo com Dunstan, o choro independe da língua ou da nacionalidade da criança, pois a linguagem utilizada é totalmente natural, baseada nos reflexos primitivos do bebê.