Com o potencial de mudar as compreensões de como funcionam as erupções estelares, astrônomos da Universidade de Durham na Inglaterra descobriram um novo tipo de explosão nas estrelas chamado de Micronovae ou Micronova.
Por ser uma explosão termonuclear que dura poucas horas, a micronova é muito difícil de ser observada. Essa explosão acontece na superfície de algumas estrelas cada uma delas pode queimar uma enorme quantidade de material estelar — equivalente a cerca de 3,5 bilhões das Grandes Pirâmides de Gizé (uma medida de quantidade) — muito rapidamente.
No estudo, publicado na Revista Nature nesta quarta-feira (20/4), os astrônomos da Universidade mostram como observaram esse fenômeno em três estrelas anãs brancas (estrela que já esgotou combustível nuclear), no momento em que elas puxavam energia de outras estrelas companheiras.
O primeiro vislumbre da explosão foi durante uma análise de dados do Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), da Nasa, um missão de pesquisa para descobrir exoplanetas em torno de estrelas, Nessa análise, os pesquisadores notaram um flash de luz brilhante que durou um curto período.
Assim eles vizualizaram três micronovas. Duas foram em anãs brancas já conhecidas, já a terceira só conseguiu ser analisada por intermédio do instrumento X-Shooter no Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO) para confirmar o status de anã branca.
Simone Scaringi, autor principal do estudo, explica que foi a primeira vez que identificaram a micronova. "O fenômeno desafia nossa compreensão de como ocorrem as explosões termonucleares em estrelas. Pensávamos que sabíamos disso, mas esta descoberta propõe uma maneira totalmente nova de alcançá-los", explicou ele.
Extremamente poderosas, as micronovas são pequenas em escalas astronômicas — quando comparadas com as novas ou supernovas, que já são conhecidas há séculos.
A grande diferença é que nas novas as explosões termonucleares ocorrem em toda a superfície da estrela, com uma intensidade de brilho que pode ser vista por semanas, enquanto algumas supernovas são tão energéticas que queimam toda a anã branca — em apenas horas.
A chave para entender a diferença está no tamanho das micronovas que são menores em escala e tem duração mais rápida.
Segundo os pesquisadores, o próximo passo do estudo é tentar capturar mais desses eventos indescritíveis, o que deve exigir pesquisas em larga escala e medições de acompanhamento rápidas.
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