Taxonomia

Cientistas descobrem espécie de artrópode e batizam de 'Taylor Swift'

Cantora foi homenageada ao dar nome a um milípede de garras torcidas que vive no chão de florestas e se alimenta de folhas em decomposição. "É minha maneira de agradecer", diz pesquisador

Jéssica Gotlib
postado em 19/04/2022 14:46 / atualizado em 19/04/2022 14:47
"A música dela me ajudou a superar os altos e baixos da pós-graduação, então nomear uma nova espécie de milípede em homenagem", explica pesquisador - (crédito: DEREK HENNEN/Divulgação; Angela Weiss/AFP)

A fama da cantora Taylor Swift ultrapassou o mundo mamífero e chegou ao maior filo animal existente: os Artrópodes. Não que lagartas, borboletas, aranhas e tatuzinhos de jardim agora saiam por aí cantarolando versos de All too well, Blank space ou outros hits da norte-americana. Mas um grupo desses animais agora carrega pelo mundo, mais precisamente pelo chão das florestas, o nome da diva pop.

É que os cientistas Derek Hennen, Jackson Means e Paul Marek, da universidade Virginia Tech, EUA, descreveram uma nova espécie de milípede, o parente com mil pés da centopeia, e resolveram chamar de Nannaria swiftae em homenagem à cantora. O bichinho de garras torcidas se junta a outras 16 novas espécies descritas nas Montanhas Apalaches dos Estados Unidos.

“A música dela me ajudou a superar os altos e baixos da pós-graduação, então nomear uma nova espécie de milípede em homenagem a ela é minha maneira de agradecer”, explicou Hennen, principal autor do artigo. Outro animal encontrado, o Nannaria marianae, recebeu o nome da esposa do cientista.

Os "Swiftaes" têm hábitos peculiares

Embora muito presentes em coleções de museus ao redor do mundo, esses artrópodes são pouco estudados, por isso, os pesquisadores desconfiam que há uma imensa gama de espécies desconhecidas pelo mundo. No caso dos swiftae, existe o desempenho de um papel ecológico importante. Eles se alimentam de folhas em decomposição e outros materiais vegetais e devolvem nutrientes da serapilheira ao solo.

  • Cientistas descobriram que os milípedes preferem viver em habitats florestais perto de córregos Derek Hennen/Divulgação
  • Os pesquisadores também notaram que esses animais são frequentemente encontrados enterrados sob o solo, exibindo comportamentos mais enigmáticos do que parentes Derek Hennen/Divulgação

Uma peculiaridade é que esses parentes do piolho-de-cobra são difíceis de encontrar. Os indivíduos permanecem enterrados no solo e, às vezes, ficam completamente sob a superfície. Para encontrar esses espécimes, os pesquisadores viajaram por 17 estados verificando folhas, troncos e rochas. Depois de descritos cientificamente, os milípedes tiveram o DNA sequenciado e as descobertas relatas em um artigo publicado no periódico científico ZooKeys (e que você pode ler na íntegra neste link).

Os recém-descritos milípedes variam entre 18 e 38 mm de comprimento, têm corpos brilhantes de marrom caramelo a preto com manchas brancas, vermelhas ou laranja e têm pernas brancas. Os machos possuem garras pequenas, torcidas e achatadas nas patas anteriores, que é a base de seu nome comum.

O texto completo intitulado Uma revisão dowilsoni grupo de espécies no gênero milípede Nannaria Chamberlin, 1918 (Diplopoda , Polydesmida , Xystodesmidae) pode ser lido, em inglês, no portal do ZooKeys.

 

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