Genes específicos da esquizofrenia

Correio Braziliense
postado em 07/04/2022 06:00
 (crédito: NIMH/Divulgação )
(crédito: NIMH/Divulgação )

O maior estudo genético já realizado sobre a esquizofrenia identificou um grande número de genes específicos que podem desempenhar papéis importantes no transtorno psiquiátrico. Um grupo de centenas de pesquisadores liderados pela Universidade de Cardiff, no Reino Unido, analisou o DNA de 76.755 pessoas com o transtorno e de 243.649 sem ele para entender melhor os processos biológicos que sustentam a condição.

O estudo do Consórcio Genômico Psiquiátrico encontrou associações do DNA à esquizofrenia em 287 regiões diferentes do genoma. Além disso, os pesquisadores mostraram que o risco genético para o transtorno é visto em genes concentrados nos neurônios, mas não em qualquer outro tecido ou tipo de célula, sugerindo que o papel biológico dessas células é crucial na doença mental. O artigo foi publicado na revista Nature.

Tratamentos

"Pesquisas anteriores mostraram associações entre esquizofrenia e muitas sequências de DNA, mas raramente foi possível vincular as descobertas a genes específicos", disse o coautor Michael O'Donovan, da Divisão de Medicina Psicológica e Neurociências Clínicas da Universidade de Cardiff. "O presente estudo não apenas aumentou muito o número dessas associações, mas, agora, conseguimos vincular muitas delas a genes específicos, um passo necessário no que continua sendo uma jornada difícil para entender as causas desse distúrbio e identificar novos tratamentos."

A esquizofrenia é um distúrbio psiquiátrico grave que começa no fim da adolescência ou início da idade adulta e afeta cerca de uma em cada 300 pessoas em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. "Esses resultados, alcançados por meio de uma colaboração global sem precedentes no escopo, marcam um importante passo em nossa compreensão das origens da esquizofrenia. As descobertas permitirão que os pesquisadores se concentrem em vias cerebrais específicas na busca contínua de novas terapias para esta grave doença mental", observou Joshua Gordon, diretor do Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA (INSM), que financiou a pesquisa.

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