Pacientes com câncer têm risco aumentado, de quase o dobro, de morrer por suicídio. A constatação está em artigo publicado nesta semana na revista Nature Medicine, um dos periódicos mais respeitados na medicina em nível mundial.
“Fatores como, por exemplo, um pior prognóstico, doença avançada e primeiro ano após o diagnóstico são de considerável risco e diretamente ligados à possibilidade do suicídio”, destacou a psicóloga do Centro de Câncer de Brasília (Cettro), Cristiane Bergerot, autora da publicação.
O levantamento foi feito em parceria com o renomado oncologista Sumanta Pal, do City of Hope, da Califórnia (EUA), e discute dois estudos que exploraram fatores associados a transtornos psiquiátricos e tentativa de suicídio em duas grandes amostras de pacientes com câncer. Em uma delas, a amostra foi de 459.542 pacientes oncológicos. Na outra, foram 46.952.813 pacientes com a doença.
“Pessoas com alguns tipos de cânceres, como o tumor de testículos, estão mais propensas a apresentar algum transtorno psiquiátrico”, constatou a especialista. “Pacientes submetidos a múltiplos tratamentos (cirurgia + radioterapia + quimioterapia) também apresentaram essa propensão”, complementou Cristiane Bergerot.
De acordo com ela, o estudo tem o objetivo de enfatizar a enorme importância do acompanhamento psicológico contínuo para implementar programa de avaliação de sintomas emocionais e melhorar o suporte psico-oncológico, a fim de identificar precocemente qualquer transtorno psiquiátrico e reduzir suas consequências, como o suicídio.
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