Canadá

Distração no trânsito causa 18% dos acidentes de carro, diz estudo

99,7% dos entrevistados relataram já ter se distraído no trânsito, independente de terem causado ou sofrido um acidente

No mundo todo, a cada 25 segundos uma pessoa morre e 58 ficam feridas em acidentes de carro. Nesta estimativa, um levantamento canadense buscou identificar se as distrações na hora de dirigir foram fatores fundamentais para os acidentes.

Foram entrevistados 1.378 pacientes, de forma anônima, que tinham sofrido acidentes de carro e eram tratados em quatro clínicas do Canadá.

Para 18% dos participantes, a distração foi um fator essencial para o incidente. Além disso, 99,7% dos entrevistados reconheceram ter tido distrações ao volante no período de 12 meses anteriores às respostas do questionário.

As distrações mais comuns incluíam conversar com um passageiro do carro, ouvir ou ajustar o rádio, distrações fora do veículo, comer, beber e "sonhar acordado".

No entanto, não houve uma diferença surpreendente entre as distrações mais "simples" e as consideradas mais perigosas — como mensagens de texto ao volante, programação ou ajuste de GPS e chamadas telefônicas enquanto segurava o aparelho —, ou seja, as distrações relatadas influenciaram acidentes independente de serem mais perigosas ou não. 

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Outros dados coletados mostraram que 2/3 dos entrevistados usaram dispositivos móveis ao volante, enquanto cerca de 40% afirmaram ter um dispositivo portátil para fazer chamadas. Além disso, 60% dos ouvidos garantiram que já pararam em um local seguro antes de mandar mensagens no celular, enquanto 35% indicaram que, em raras ocasiões, enviam mensagens enquanto dirigem.

De acordo com o estudo, dirigir distraído se tornou "quase universalmente reconhecido", porque entre os 113 motoristas feridos em acidentes, 20 (17,7%) reconheceram "estarem distraídos no momento do acidente”, cerca de 31% admitiram estar distraídos no momento de um acidente anterior e 48% disseram que as distrações contribuíram para incidentes anteriores.

"Ao considerar tudo isso, seria razoável acreditar que nossos dados são uma representação conservadora da proporção e gravidade da condução distraída que ocorre nas estradas", explica Bill Ristevski, líder do estudo, que foi publicado na revista científica Journal of Bone & Joint Surgery.

Ristevski acredita ainda que o estudo é um primeiro passo importante para entender o impacto da condução distraída no sistema de saúde. "Esses dados são cruciais para informar o público e o governo e para educar os motoristas, e podem ajudar a evocar mudanças positivas", finaliza.