Jornal Correio Braziliense

Receptores evitam edema

Também nos EUA, pesquisadores da Universidade de Brown e do Centro Médico de Veteranos de Providence, em parceria com cientistas da Universidade Anglia Ruskin, na Inglaterra, descobriram uma nova família de proteínas no pulmão, o que, segundo eles, abre caminho para um novo tipo de tratamento de pacientes com insuficiência respiratória. Eles publicaram o estudo na edição de ontem da revista Frontiers in Physiology.

Mais de 10% dos internos de unidades de terapia intensiva (UTIs) em todo o mundo sofrem de síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), condição que tem uma taxa de mortalidade de quase 40%. Os pacientes que desenvolvem a SDRA — causada, principalmente, por pneumonia, cirurgias de grande porte, traumas, sepse e covid — precisam ser submetidos à ventilação mecânica.

Água

Segundo Havovi Chichger, professor de Ciências Biomédicas da Universidade Anglia Ruskin, a síndrome está associada a um aumento excessivo da permeabilidade vascular pulmonar, o que permite que proteínas e líquidos entrem no pulmão. Isso leva ao desenvolvimento de edema pulmonar, popularmente chamado de "água nos pulmões".

No novo estudo, os pesquisadores descobriram que os T2Rs, receptores comumente encontrados na língua, onde identificam o sabor amargo, também se encontram nos pulmões. Quando são estimulados com dois compostos chamados feniltiocarbamida e denatônio, eles ajudam a proteger o endotélio, a camada que reveste os vasos sanguíneos do órgão, impedindo a passagem de líquidos. "Essas descobertas indicam que a família de proteínas pode oferecer uma nova via de medicamentos para reduzir o vazamento de fluido no pulmão e, portanto, ajudar a tratar pacientes com problemas respiratórios", disse Chichger, em nota.