Novas pesquisas mostram que as tartarugas podem sofrer perda auditiva temporária devido ao excesso de ruído subaquático. O fenômeno, observado anteriormente em outros animais marinhos, como golfinhos e peixes, não era amplamente compreendido em relação a répteis e ressalta outro risco potencial para as tartarugas marinhas. O alto volume de som, conhecido como poluição sonora submarina, pode ser causado pela passagem de navios e construções offshore.
Essas descobertas preliminares fizeram parte de um estudo, liderado pela Woods Hole Oceanographic Institution, apresentado no Encontro de Ciências Oceânicas 2022, nos EUA. "Nosso estudo é o primeiro a mostrar que esses animais são vulneráveis à perda auditiva subaquática após exposição a ruídos intensos", disse Andria Salas, pesquisadora de pós-doutorado do WHOI e coautora do trabalho.
Acredita-se que as tartarugas marinhas confiem em seu senso de audição subaquática para a conscientização ambiental, como navegação ou detecção de possíveis predadores, e algumas espécies demonstraram usar comunicação acústica debaixo d'água. Estudos anteriores se concentraram nos efeitos do ruído excessivo em uma variedade de animais, de lulas a peixes e baleias, e em ambientes de água doce e salgada. Mas poucos trabalhos foram feitos sobre répteis.
Os resultados de agora fornecem a primeira evidência de perda auditiva induzida por ruído subaquático em espécies de tartarugas e sugerem que elas podem ser mais sensíveis ao som do que se pensava. "Mais da metade das espécies de tartarugas está ameaçada, e a poluição sonora é um estressor adicional a ser considerado enquanto trabalhamos para proteger esses animais", destacou Salas.
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