Uma nova classe de nebulosas planetárias — nuvem interestelar de poeira, composta por hidrogênio, hélio e gases ionizados — foi descoberta por um grupo de astrônomos de várias nacionalidades, entre eles um brasileiro, que foi quem conseguiu fazer uma fotografia da nova nebulosa.
Em 2019, Maicon Germiniani, 38, foi convidado por Marcel Dreschler, astrofotógrafo alemão que já descobriu diversas nebulosas planetárias, para fotografar um novo objeto, que a princípio, poderia ser uma nova nebulosa planetária, objeto muito comum de ser encontrado por amadores.
Marcel estava em busca de uma nebulosa planetária em torno da estrela YY Hya, na Constelação da Hidra. Assim, Maicon foi convidado para fazer imagens para confirmar a natureza do objeto.
Analisando imagens de 22 horas daquela área no céu, Maicon chegou a uma descoberta revolucionária para a astronomia. O "objeto" fotografado não era uma nebulosa planetária como os astrônomos esperavam, por apresentar características diferentes.
As nebulosas planetárias são nuvens interestelares de poeira, composta por hidrogênio, hélio e gases ionizados, que são expulsas de estrelas na fase final da vida delas.
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Mas os astrônomos perceberam que as imagens mostravam uma nebulosa com predominância de hidrogênio, e ao estudar mais afundo a estrela que estava ejetando a massa, eles descobriram que era um sistema binário em envelope comum - termo da astronomia que indica uma fase evolutiva estelar em que uma estrela maior transfere massa para uma outra estrela.
Em entrevista ao Correio, Maicon revelou que nenhum objeto com essas características foi fotografado, além do que eles encontraram. "A descoberta, se comprovado, abre um novo leque de possibilidades para esse tipo de objeto, devido ao fato de termos fotografado esse objeto já em estágio avançado de evolução", explicou ele.
Os próximos passos para comprovar a proposta do grupo de astrônomos sobre a evolução para esses sistemas binários seria encontrar outros objetos com as mesmas características.
Maicon revelou também que há no Brasil, uma grande dificuldade de conseguir equipamentos de ponta para a astronomia, por não haver fabricante local, e que às vezes ele precisa conseguir produtos de segunda mão com valores proibitivos e que eles normalmente demoram, por que vem fora de fora do país.
"Todas essas dificuldades, acabam tornando ainda mais gratificante podermos participar de projetos como esse, fazendo ciência e levando a comunidade brasileira de astronomia ao local mais alto do pódio", disse ele.
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