Em cinco anos, todos os habitantes da Terra devem estar protegidos com sistemas de alerta que previnam dos perigos que as chuvas, tornados ou ciclones podem acarretar. A meta ambiciosa foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), na quarta-feira (23/3). Atualmente, um terço da população mundial não possui nenhuma dessas ferramentas para eventos climáticos, que se tornaram ainda mais violentos devido ao aquecimento global. Na África, 60% das pessoas não têm essa cobertura.
"Essa situação é inaceitável", declarou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, apresentando o seu plano de cobertura no Dia Meteorológico Mundial. "O desequilíbrio climático de origem humana está causando danos em todas as regiões do mundo. Metade da humanidade está em zonas de perigo e a frequência e a intensidade dos eventos climáticos extremos aumentarão à medida que o aquecimento global se intensificar", alertou.
A maior autoridade da ONU pediu à Organização Meteorológica Mundial (OMM) que faça um esforço e apresente um plano de ação até o fim do ano, que deverá ser apresentado na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP), no Egito.
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Investimento
O custo projetado do plano será de cerca de US $ 1,5 bilhão. Dinheiro bem investido, segundo a ONU, levando em conta os danos causados por secas, chuvas fortes ou tornados, ciclones e outros furacões. A utilidade desses sistemas foi demonstrada em todos os lugares em que foram instalados, pois permitem que as autoridades preparem melhor as operações de resgate, limitem possíveis danos e que as populações se protejam. "O fortalecimento das capacidades de previsão está ajudando todos a desenvolver sua capacidade de agir", enfatizou Guterres.
De acordo com uma declaração da OMM, o número de desastres registrados aumentou cinco vezes entre 1970 e 2019, devido às mudanças climáticas e ao número crescente de eventos climáticos extremos. Mas "graças a melhores sistemas de alerta, o número de vidas salvas quase triplicou no mesmo período, como resultado de uma previsão meteorológica mais eficaz e uma gestão de desastres ativa e coordenada", enfatizou o órgão, em comunicado. De acordo com algumas estimativas, avisar com 24 horas de antecedência a chegada de uma tempestade ou onda de calor reduz os danos em quase um terço.
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