Segunda-feira, 21

Das profundezas do gelo

Pesquisadores britânicos anunciaram que a primeira fase de perfuração do gelo profundo e mais antigo da Antártida foi bem-sucedida. A missão, realizada na remota Dome Circe, em uma altitude de 3.233 metros, tem como objetivo descobrir informações sobre a evolução das temperaturas, além de desvendar segredos relacionados à composição da atmosfera e ao ciclo do carbono nos últimos 1,5 milhão de anos. Os especialistas anunciaram que já perfuraram cerca de 130 metros, mas a meta é atingir uma profundidade bem maior: 2,7 mil metros. A campanha é um esforço inédito em estudos de paleoclimatologia e trará dados novos sobre o clima do passado e os gases de efeito estufa que estavam na atmosfera durante a Transição do Pleistoceno Médio (MPT), entre 900 mil e 1,2 milhão de anos atrás.

Terça-feira, 22

Fim das transfusões

Mais de 90% dos pacientes com talassemia, uma doença hereditária do sangue, não precisaram mais de transfusões sanguíneas regulares anos após receberem terapia genética, de acordo com um ensaio clínico internacional de fase 3, que incluiu, pela primeira vez, crianças com menos de 12 anos. Pessoas com a enfermidade não produzem hemoglobina funcional suficiente em seus glóbulos vermelhos, o que interfere no oxigênio distribuído a todas as partes do corpo. Aquelas com o tipo mais grave da doença precisam de transfusões de glóbulos vermelhos todos os meses para sobreviver. Quando frequentes, no entanto, esses procedimentos podem causar sérias complicações devido à sobrecarga de ferro e a infecções, especialmente quando o baço é removido.

Quarta-feira, 23

Último dia
dos dinos

O asteroide que matou quase todos os dinossauros atingiu a Terra durante a primavera. Essa conclusão foi tirada por uma equipe internacional de pesquisadores depois de examinar seções finas, varreduras de raio X síncrotron de alta resolução e registros de isótopos de carbono dos ossos de peixes que morreram menos de 60 minutos após o impacto do asteroide. O choque abalou a placa continental e causou enormes ondas estacionárias em corpos d'água. Esses mobilizaram enormes volumes de sedimentos que engoliram os peixes e os enterraram vivos enquanto as esferas choviam do céu. Uma linha adicional de evidência foi fornecida pela distribuição, pelas formas e pelos tamanhos das células ósseas, que também flutuam com as estações do ano, afirmaram os pesquisadores.

Pegando fogo

As mudanças climáticas e o uso da terra devem tornar os incêndios florestais mais frequentes e intensos, com um aumento global de fenômenos extremos de 14% até 2030, 30% até o fim de 2050, e 50% no fim do século, de acordo com um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. O documento pede uma revisão radical nos gastos dos governos com incêndios florestais, mudando os investimentos de reação e a resposta para prevenção e preparação. O relatório encontra um risco elevado mesmo para o Ártico e outras regiões anteriormente não afetadas por ocorrências do tipo.

Quinta-feira, 24

Meio ambiente
e TDAH

Crianças que vivem em áreas com maior poluição do ar devido a partículas de PM 2,5 e níveis muito baixos de espaço verde podem ter um risco até 62% maior de desenvolver transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Ao contrário, as que moram em regiões arborizadas e menos poluídas têm um risco 50% menor de apresentar o problema. Essas são as conclusões de um artigo canadense com dados de 37 mil meninos e meninas. Os resultados são consistentes com estudos anteriores que encontraram associações entre espaço verde e poluição do ar com TDAH. No entanto, a maioria das pesquisas realizadas até agora se concentrou na avaliação de exposições únicas e raramente avaliou os efeitos conjuntos de múltiplas exposições ambientais, disseram os autores.