Cientistas descobriram que uma vértebra encontrada em 1966, no Vale do Jordão, em Israel, pertenceu a uma criança que viveu há 1,5 milhão de anos. A descoberta feita por pesquisadores da Universidade Bar-Ilan, Faculdade Acadêmica Ono, Universidade de Tulsa e Autoridade de Antiguidades de Israel foi divulgada em um estudo publicado nesta quarta-feira (2/2) na Scientific Reports.
De acordo com os pesquisadores, a descoberta indica que a migração da África para a Eurásia não foi um evento único, mas, sim, em duas ondas. A primeira foi há 1,8 milhão de anos e atingiu a República da Geórgia, no Cáucaso, enquanto a segunda ocorreu há cerca de 1,5 milhão de anos no sul do Mar da Galileia.
A descoberta foi possível depois que as escavações no sítio arqueológico de Ubeidiya foram retomadas sob uma doação da Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos. O projeto utilizou novos métodos de datação.
Entre os fósseis, que estão alojados nas Coleções Nacionais de História Natural da Universidade Hebraica, consta uma vértebra humana inicialmente desenterrada em 1966. A vértebra lombar humana é a primeira evidência fóssil de restos humanos antigos descobertos em Israel, com aproximadamente 1,5 milhão de anos.
Segundo os pesquisadores, a análise mostrou que a vértebra de Ubeidiya pertencia a um jovem de 6 a 12 anos, que era alto para sua idade. Se a criança tivesse atingido a idade adulta, teria chegado a mais de 1m80, o que se assemelha em tamanho a outros grandes hominídeos encontrados na África Oriental e é diferente dos hominídeos de baixa estatura que viviam na Geórgia.
Os cientistas concluem que essa diferença de tamanho entre a vértebra da criança em comparação com outras encontradas na região do Cáucaso é indício das duas ondas migratórias.