A resistência a pesticidas entre os mosquitos aumentou nas últimas décadas. Segundo descobertas de uma nova pesquisa britânica da Keele University, no Reino Unido, insetos como o mosquito da dengue aprendem a evitar locais com esse tipo de veneno após um primeiro contato, buscando novas fontes de alimento e locais seguros para reprodução.
O estudo foi publicado na Scientific Reports. No experimento, foi percebido que mosquitos fêmeas que têm um primeiro contato com pesticidas passam a se afastar de ambientes com o veneno para sobreviver. Os resultados sugerem que os pesticidas são menos eficazes contra esses insetos.
Estudo
Pesquisadores ingleses expuseram as fêmeas dos mosquitos Aedes aegypti e Culex quinquefasciatus — que transmitem dengue, zika e febre do Nilo — a doses não letais de pesticidas e testaram se a exposição à substância afetava a sobrevivência do inseto.
O grupo, então, percebeu que os mosquitos que foram pré-expostos a um pesticida evitaram passar por uma rede tratada com o veneno para alcançar uma fonte de alimento em uma taxa maior do que aqueles que não foram pré-expostos. No estudo, a taxa de sobrevivência dos pré-expostos foi mais que o dobro da dos não pré-expostos. 38,3% de Aedes aegypti pré-expostos ao pesticida e 11,5% não pré-expostos sobreviveram à pesquisa.
Os pesquisadores também descobriram que os mosquitos pré-expostos eram mais propensos do que os mosquitos que não foram pré-expostos ao pesticida a descansar em um local não afetado por um pesticida. 75,7% dos mosquitos da dengue pré-expostos a um pesticida ficaram no ambiente sem pesticida, comparados a 50,2% que não haviam sido pré-expostos.
*Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes
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