DESCOBERTA

Estudo encontra evidência de infecção respiratória em dinossauro

A descoberta em um fóssil é a primeira ocorrência de uma infecção respiratória em um diplodocídeo

Correio Braziliense
postado em 11/02/2022 17:01 / atualizado em 11/02/2022 17:08
 (crédito: Reprodução Scientific Reports)
(crédito: Reprodução Scientific Reports)

Os restos fossilizados de um diplodocídeo, um dinossauro herbívoro com pescoço longo igual ao do "Brontossauro", pode fornecer pela primeira vez uma evidência de uma infecção respiratória em um dinossauro. De acordo com um estudo publicado no jornal Scientific Reports, as descobertas aumentam a compreensão de como as doenças afetaram os dinossauros.

Apelidado de "Dolly", o fóssil foi encontrado no sudoeste de Montana, nos Estados Unidos, e pertence ao período Jurássico Superior, na Era Mesozóica, aproximadamente 150 milhões de anos atrás.

A pesquisadora Cary Woodruff, do Great Plains Dinosaur Museum, da cidade de Malta em Montana, examinou o fóssil e constatou que três das vértebras cervicais e o osso do pescoço apresentam saliências ósseas anormais, nunca antes vistas, com formato e textura incomum. As saliências localizadas em uma área e cada osso teriam sido penetradas por "sacos cheios de ar". Esses sacos aéreos teriam se conectado aos pulmões do animal e faziam parte de um complexo sistema respiratório.

Diplodocídeo
Diplodocídeo (foto: Reprodução Scientific Reports)

De acordo com uma tomografia computadorizada das saliências irregulares, foi revelado que elas provavelmente foram formadas em resposta a uma infecção. "Dados os prováveis sintomas dos quais esse animal sofreu, segurando esses ossos infectados em mãos, você não pode deixar de sentir pena de Dolly", disse Carry Woodruff. "Todos nós experimentamos esses mesmos sintomas: tosse, dificuldade para respirar, febre, etc. E aqui está um dinossauro de 150 milhões de anos que provavelmente se sentiu tão miserável quanto todos nós quando estamos doentes."

Os pesquisadores sugerem que, com base na localização dessas saliências ósseas anormais, elas se formaram em resposta a uma infecção respiratória, que finalmente se espalhou para as vértebras do pescoço através dos sacos aéreos e causou o crescimento ósseo irregular. Os autores especulam que essa infecção pode ter sido causada por uma infecção fúngica, semelhante a infecção aspergilose, uma doença respiratória que afeta aves e répteis.

O estudo, além de documentar a primeira ocorrência de infecção respiratória em um dinossauro, também traz importantes informações anatômicas para o sistema respiratório de dinossauros saurópodes, dinossauros com o pescoço longo.

"Esta infecção fóssil em Dolly não apenas nos ajuda a traçar a história evolutiva das doenças respiratórias no tempo, mas nos dá uma melhor compreensão de quais tipos de doenças os dinossauros eram suscetíveis", disse Woodruff.

Diplodocídeo
Diplodocídeo (foto: Reprodução Scientific Reports)

Os pesquisadores concluíram que se Dolly tivesse sido infectada com uma infecção respiratória semelhante a aspergilose, provavelmente apresentaria sintomas parecidos com gripe ou pneumonia. Sendo a aspergilose fatal para aves, se não tratada, é possível que algo semelhante tenha causado a morte do dinossauro.

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    Diplodocídeo Foto: Reprodução Scientific Reports
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    Diplodocídeo Foto: Reprodução Scientific Reports
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