Um estudo feito por uma equipe de astrônomos do Instituto de Astronomia das universidades do Havaí, Marland e Paris-Saclay, conseguiu detalhar a formação de estruturas do universo, em específico as galáxias. Por meio de uma técnica matemática, os cientistas conseguiram simular o tempo em que 10 mil galáxias e aglomerados de galáxias se formaram e se expandiram em filamentos, paredes e aglomerados em 350 milhões de anos-luz. Essa descoberta permitiu saber, principalmente, se o conjunto de galáxias em que vivemos poderá passar por alterações no futuro.
A pesquisa publicada no Astrophysical Journal na segunda-feira (7/2) mostra que os astrônomos utilizaram o entendimento de física da teoria do Big Bang, de que as galáxias inicialmente começam a se expandir umas das outras em uma velocidade calculada por meio da constante de Hubble. A equipe entendeu que, ao longo do tempo, a gravidade altera os movimentos das galáxias, de modo que elas não apenas se afastam à medida que o universo se expande, mas também se organizam em filamentos, “paredes” e aglomerados, o que cria os “desenhos” vistos por telescópios.
Com isso, a constante de Hubble deixa de ser seguida e o padrão de movimentação das galáxias é alterado. O que os cientistas fizeram, com esse estudo, foi criar um padrão matemático novo que atende ao movimento visto nos últimos anos, a partir de uma engenharia reversa da atuação da gravidade.
“Estamos colocando em foco a história detalhada da formação de estruturas de massa em grande escala no universo por engenharia reversa das interações gravitacionais que as criaram”, resume Ed Shaya, cientista de pesquisa associado da Universidade de Maryland.
O principal objeto de estudo dos pesquisadores foi uma área chamada O Grande Atrator, que é uma região em que há um superaglomerado de galáxias – inclusive a que vivemos, a Via Láctea. Nesse local, é possível ver as galáxias fluindo em direção a um local dentro de um ninho de quatro aglomerados.
“Por mais de 30 anos, os astrônomos consideraram o 'Grande Atrator' como a principal fonte de gravidade que faz toda a região próxima a nós se mover com uma alta velocidade peculiar em relação à expansão cósmica uniforme, mas a natureza dessa fonte tem sido obscura. ”, disse R. Brent Tully, astrônomo coautor do estudo. “Nossas reconstruções de órbita forneceram a primeira boa olhada nesta região anteriormente enigmática”, se anima.
Com a teoria dos astrônomos, proporcionada pelo novo cálculo matemático, eles conseguiram entender como e em quanto tempo o aglomerado se criou e quais os possíveis movimentos que farão no futuro. Segundo os cientistas, a maioria das galáxias da região irão se afastar, mas haverá fusões em regiões específicas, devido a uma alta densidade de matéria espacial. A previsão é que esse movimento de união ocorra nos próximos 10 bilhões de anos.
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