Estudo

Placenta impede que bebês sejam contaminados pela covid-19 na gestação

Pesquisadores descobriram que a placenta encontra um jeito de proteger os bebês da infecção

A placenta pode impedir que uma mãe contaminada pela covid-19 transmita a doença para o filho durante a gestação. Esta é a conclusão de um estudo, feito pela Escola de Medicina da Universidade de Boston (BUSM), que mostrou que o ACE2, a proteína que facilita a entrada do coronavírus nas células, é encontrado em menor quantidade na placenta de mulheres com covid-19 do que nas com teste negativo. O estudo foi publicado na American Journal of Pathology na terça-feira (25/1). 

Os pesquisadores acreditam que o corpo da gestante elimina a proteína para impedir que o bebê seja contaminado pela doença. 

Para fazer o estudo, os cientistas coletaram placentas de dois grupos de mulheres que deram à luz entre  julho de 2020 e abril de 2021. O primeiro grupo foi de mulheres que tiveram gestações normais e sem relato de infecção pelo coronavírus. O segundo grupo é de mulheres que tiveram covid-19 durante a gravidez. Eles, então, compararam a presença da ACE2 entre os dois grupos. 

Com os resultados, os pesquisadores acreditam que, ao entender a forma como a placenta protege naturalmente os bebês da covid-19, será possível estudar terapias e estratégias para ajudar a impedir que outras infecções continuem a se espalhar. 

Já um outro estudo, publicado na revista JAMA Pediatrics, aponta que grávidas que foram diagnosticadas com a covid-19 transmitiram anticorpos os bebês. De 83 grávidas com teste positivo no momento do parto, 72 transmitiram ao bebê o IgG, conhecido como o anticorpo de longa duração. Já o IgM, anticorpo que aparece poucos dias após a contaminação, não foi detectado na análise sorológica, o que para os cientistas indica que seja raro a transmissão da mãe para o feto. 

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