PANDEMIA

Covid-19: vacina garante 'superimunidade' antes e depois de infecção, diz estudo

O estudo foi feito com 104 funcionários da Universidade de Oregon, todos vacinados com o imunizante da Pfizer

Uma pesquisa feita pelo laboratório da Universidade de Ciência e Saúde de Oregon, publicada na última terça-feira (25/1), revelou que vacinar-se contra o vírus, antes ou depois de uma infecção, garante uma espécie de “superimunidade”. Os resultados demonstraram, inclusive, que a junção do imunizante com a infecção é o motivo do desenvolvimento de uma resposta imunológica “incrivelmente alta”.

“A probabilidade de contrair infecções é alta porque há muito vírus ao nosso redor agora, mas nos posicionamos melhor nos vacinando. Não faz diferença se você é infectado e depois vacinado, ou se você é vacinado e depois é contagiado com o vírus, em ambos os casos, você obterá uma resposta imunológica muito, muito robusta — incrivelmente alta”, explica Fikadu Tafesse, coautor da pesquisa e pós-doutor em microbiologia da universidade.

O estudo foi feito com 104 funcionários da universidade, todos vacinados com o imunizante da Pfizer. Eles foram divididos em três grupos: 42 vacinados e que não contraíram covid até a pesquisa ser feita; 31 que foram vacinados após uma infecção e 31 que foram infectados após a vacinação.

Dados sobre idade, sexo e tempo de vacinação e de infecção também foram analisados. Cada participante permitiu coletas de amostras de sangue, que foram expostas a três variantes do coronavírus.

Os resultados mostraram que os dois grupos que já foram infectados, que garantiram o que eles denominaram de “imunidade híbrida”, geraram maiores níveis de imunidade em comparação com o grupo que foi vacinado e não contraiu a covid-19. A resposta imunológica dos vacinados que já passaram por uma infecção chega a ser “pelo menos 10 vezes mais potente” do que a proteção gerada apenas pela vacinação.

Os pesquisadores reforçam, sobretudo, a necessidade da vacinação para enfrentar o vírus. O grupo afirma que a imunidade “natural” obtida após a infecção em não vacinados não é uma resposta garantida e pode não ocorrer em vários indivíduos. “Não há como saber, a não ser por testes de laboratório, quem está imunizado nesses casos. A vacinação torna muito mais provável a garantia de uma boa resposta imunológica”, afirma Bill Messer.

Boas notícias? Resultado da pesquisa pode mostrar fim da pandemia

Os autores do estudo acreditam que, pelo resultado da pesquisa, a alta transmissibilidade da ômicron e o decorrente aumento de contágio causado pela variante podem gerar um enfraquecimento do vírus e, assim, tornar a covid em uma endemia.

“Espero que, neste momento, muitas pessoas vacinadas sejam infectadas – e, portanto, uma forma de imunidade híbrida”, disse o coautor sênior Bill Messer, pós-doutor e professor assistente de microbiologia molecular da universidade.

Marcel Curlin, outro coautor da pesquisa, concorda. “Os resultados da pesquisa apontam para um momento em que o SARS-CoV-2 pode se tornar uma infecção endêmica principalmente leve, como uma infecção sazonal do trato respiratório, em vez de uma pandemia mundial”, afirma.

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