Responsáveis pelas imagens coloridas e chamativas que recebemos dos telescópios, as nuvens de poeira cósmica, chamadas de nebulosas, seguem dando um show à parte no céu deste janeiro de 2022. Dessa vez, foi a Nebulosa da Chama que chamou a atenção dos astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla original). Localizada na região de Orion, ela é conhecida como ‘fogueira do céu’ pela semelhança entre suas emissões e as chamas de uma lareira.
Nestas novas imagens, o fogo (que corresponde à mancha dourada à esquerda da foto) é encarado por outro elemento cósmico famoso: A Nebulosa Cabeça de Cavalo. As duas estão localizadas na região mais observada por astrônomos de todo o mundo, e também a responsável pela maior parte das informações que temos sobre o universo.
“Como os astrônomos gostam de dizer, sempre que houver um novo telescópio ou instrumento por perto, fique de olho no Orion: sempre haverá algo novo e interessante para descobrir!”, disse o ex-astrônomo do ESO Thomas Stank em um comunicado enviado à imprensa. Embora as fotos tenham sido feitas há anos, só agora elas foram aceitas para publicação em na revista científica Journal of Astronomy and Astrophysics.
No aglomerado de eventos estelares, a equipe acabou descobrindo uma nova formação, que batizaram de Nebulosa da Vaca. Para observar esses fenômenos, é preciso combinar diferentes tecnologias, mas, em especial, as ondas de rádio. São elas que fazem uma varredura nos elementos químicos presentes na poeira das estrelas e contam aos cientistas que tipo de material está presentem em galáxias tão distantes da Terra.
No caso da Nebulosa da Chama, por exemplo, sabemos que, apesar do nome, nada está queimando. O ‘fogo’ é uma impressão causada pelo grande grupo de estrelas jovens que ela abriga em seu interior e que emitem uma radiação de energia muito alta, fazendo com que os gases do entorno brilhem. Os astrônomos também sabem que elas estão se afastando do sistema solar, o que pode ser um importante indício de suporte a outras teorias.