Uma nova descoberta de cientistas americanos pode significar que há mais a ser explorado no espaço. Isso porque, astrônomos da Universidade de Columbia, em Nova York, identificaram uma segunda lua superdimensionada na órbita de um planeta semelhante ao tamanho de Júpiter, além do nosso sistema solar.
Se for confirmado, isso significaria que as chamadas que as exoluas, ou "luas extrassolares", são tão comuns no universo quanto os exoplanetas, e que independente de seus tamanhos, essas luas são uma característica dos sistemas planetários.
A superlua foi vista na órbita do planeta Kepler 1708b, que está a 5.500 anos-luz da Terra na direção das constelações de Cygnus e Lyra.
Segundo os pesquisadores, este novo candidato é cerca de um terço menor do que a lua encontrada anteriormente, que é do tamanho do planeta Netuno. Além disso, ambos os candidatos são feitos provavelmente de gases que se acumularam sob a atração gravitacional causadas em razão de seu tamanho.
Se a hipótese estiver correta, as exoluas podem ter iniciado sua jornada no universo como planetas mas, podem ter sido puxadas para a órbita de um planeta ainda maior como o Kepler 1625b ou 1708b.
Ambas as luas estão localizadas longe de suas estrelas hospedeiras — onde existe menos gravidade para puxar planetas e arrancar suas luas. Durante as buscas por exoluas, os astrônomos identificaram planetas gasosos, frios e gigantes em órbitas amplas, semelhante ao que acontece no nosso sistema solar em que Júpiter e Saturno tem mais de cem luas entre eles.
“Se outras luas estiverem por aí, elas provavelmente serão menos monstruosas, mas também mais difíceis de detectar. As [luas] grandes que são simplesmente as mais fáceis de detectar com nossa sensibilidade limitada”, explica o pesquisador.
As exoluas têm o potencial de revelar como e onde a vida pode ter surgido no universo. Há também a curiosidade de como essas superluas são formadas, se elas podem sustentar a vida e qual o papel que desempenham para tornar habitáveis seus planetas hospedeiros.
Avistar uma lua ou mesmo um planeta a centenas de milhares de anos-luz da Terra não é nada simples. Luas e planetas só podem ser observados indiretamente à medida que passam na frente de suas estrelas hospedeiras, fazendo com que a luz da estrela diminua intermitentemente.
É ainda mais complicado capturar um desses sinais de trânsito fugazes com um telescópio, assim como interpretar os dados da curva de luz. As luas são ainda mais difíceis de detectar porque são menores e bloqueiam menos luz.
É uma exolua mesmo?
A confirmação sobre essa descoberta ser mesmo uma superlua pode demorar um pouco. Isso porque o primeiro avistamento de uma exolua aconteceu há quatro anos e ainda não foi confirmado.
A segunda superlua foi encontrada por David Kipping no Laboratório “Cool World 's" da Universidade de Columbia, onde também foi encontrada a candidata à primeira exolua em 2018. A nova descoberta foi publicada na revista científica online Nature Astronomy. “Os astrônomos encontraram mais de 10.000 candidatos a exoplanetas até agora, mas as exoluas são muito mais desafiadoras”, disse Kipping, que passou a última década caçando exoluas. “Eles são terra incógnita.”
No estudo atual, os pesquisadores analisaram a amostra dos planetas gigantes gasosos mais frios capturados pela espaçonave de caça ao planeta da NASA, Kepler. Depois de escanear 70 planetas em profundidade, eles encontraram apenas um candidato – Kepler 1708b – com um sinal semelhante ao da lua. “É um sinal teimoso”, disse Kipping.
Para Eric Agol, professor de astronomia da Universidade de Washington, essa nova evidência tem chances de não ser real. “Pode ser apenas uma flutuação nos dados, devido à estrela ou ao ruído instrumental”, explicou.
Outros pesquisadores estão mais otimistas. “Esta é a ciência no seu melhor. Encontramos um objeto intrigante, fizemos uma previsão e confirmamos o candidato à exolua ou o descartamos com observações futuras”, disse Michael Hippke, astrônomo independente na Alemanha.
“Esses planetas são alienígenas comparados ao nosso sistema doméstico, mas eles revolucionaram nossa compreensão de como os sistemas planetários se formam”, completou Kipping.
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