Preocupada com o avanço da pandemia e o surgimento da nova variante de preocupação, a ômicron, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu uma maior proteção às crianças, a faixa etária mais afetada pela nova onda da pandemia da covid-19 na Europa. A agência das Nações Unidas também voltou a defender que a vacinação obrigatória seja o "último recurso" a ser adotada pelos países no enfrentamento da crise sanitária.
Diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge lembrou, em coletiva, que os casos de infecção pelo Sars-CoV-2 têm aumentado no continente em todas as faixas etárias, com as taxas mais elevadas observadas entre pessoas com 5 a 14 anos. Com a aproximação das festas de fim de ano, o número de vítimas está evoluindo para um "patamar elevado" de mais de 4.000 mortes por dia, segundo a organização.
Para evitar fechamentos de escolas e a retoma do ensino remoto, o departamento europeu da OMS recomenda o aumento dos testes de diagnóstico nos colégios e a análise da vacinação dos alunos, uma medida que foi aprovada por várias agências sanitárias em todo o mundo. "O uso de máscaras e a ventilação, assim como testes regulares, deveriam ser a norma em todas as escolas do ensino básico, e a vacinação de crianças deveria ser debatida e considerada a nível nacional, com o objetivo de proteger as escolas", afirmou Hans Kluge.
Vacinação
Quanto à vacinação obrigatória, medida que tem sido discutida em vários países europeu, o representante da OMS disse que essa política deve continuar sendo um "último recurso absoluto, somente quando todas as opções possíveis para aumentar a taxa de vacinação tiverem sido esgotadas”.
Sem fornecer novas avaliações científicas, a OMS, mais uma vez, expressou sua preocupação com a nova variante do coronavírus e a necessidade de as autoridades estarem atentas ao combate também das cepas mais antigas. “A ômicron está à vista e em ascensão, e temos razão em estarmos preocupados e cautelosos. Mas o problema agora é a delta, e o nosso sucesso contra a delta hoje será a vitória contra a ômicron amanhã, antes que os casos aumentem enormemente", justificou Kluge.
Perda de US$ 17 trilhões
Um estudo do Banco Mundial e de várias instituições internacionais alertou para o impacto ainda mais pesado do que o esperado da pandemia na educação e no futuro das crianças em todo o mundo. De acordo com a análise, divulgada na segunda-feira, a geração de jovens que estão na escola corre o risco de perder quase US$ 17 trilhões de renda ao longo da vida, como resultado do fechamento das instituições de ensino em função da pandemia.