Os resultados do primeiro estudo randomizado para avaliar doses de reforço com diferentes substâncias após as duas injeções dos imunizantes contra o Sars-CoV-2 mostraram que elas são seguras e "provocam fortes respostas imunológicas" em pessoas que receberam anteriormente as vacinas de Oxford/AstraZeneca ou Pfizer/Biontech. O ensaio de fase 2, publicado na revista The Lancet, foi feito com 2.878 adultos no Reino Unido e avaliou o perfil de segurança e a produção de anticorpos de sete vacinas diversas, aplicadas como proteção adicional em pessoas previamente imunizadas com os produtos dos laboratórios britânico e norte-americano/alemão, respectivamente.
O protocolo ChAd (Oxford/AstraZeneca) já foi implantado em mais de 180 países, e o BNT (Pfizer/BioNTech), em cerca de 145. Duas doses de ChAd e BNT mostraram proteção de 79% e 90%, respectivamente, contra hospitalização e morte após seis meses em vários estudos. No entanto, a eficácia contra a infecção diminui com o tempo, sugerindo a necessidade de reforços. No entanto, existem poucos dados sobre a segurança comparativa das vacinas e as respostas imunes que elas estimulam quando administradas como uma terceira dose.
Sete vacinas
O estudo COV-Boost analisou a segurança, a resposta imune e os efeitos colaterais de sete vacinas quando usadas como uma terceira dose. Entraram no estudo ChAd, BNT, Novavax (NVX), Janssen (Ad26), Moderna, Valneva (VLA) e Curevac (CVn). Os participantes foram divididos em 13 grupos, combinando os imunizantes entre eles ou com placebo. As adversidades foram mínimas e já esperadas: dor no local da injeção, dor muscular e fadiga.
Nas pessoas previamente vacinadas com duas doses de AstraZeneca, todas as outras substâncias promoveram o aumento da imunogenicidade. Já naquelas que receberam a Pfizer/BioNTech, esse efeito não foi observado quando o reforço foi feito com o imunizante Valneva.
As taxas de anticorpos produzidas variaram de acordo com a fórmula protetiva, mas, no geral, foram substanciais, segundo os autores. "É realmente encorajador que uma ampla gama de vacinas, usando diferentes tecnologias, mostre benefícios como uma terceira dose para AstraZeneca ou Pfizer/BioNTech. Isso dá confiança e flexibilidade no desenvolvimento de programas de reforço", disse, em nota, Saul Faust, líder do estudo e pesquisador da NHS Foundation Trust, no Reino Unido. (PO)