Haia, Holanda- O órgão regulador de medicamentos da União Europeia (UE) aprovou nesta segunda-feira (20) a vacina anticovid da Novavax, em um momento em que crescem as advertências em todo o mundo sobre o avanço da variante ômicron, muito mais contagiosa.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) deu sinal verde para a vacina da Novavax, que usa uma tecnologia mais convencional em relação às empregadas pelos outros imunizantes já autorizados, o que poderia reduzir o ceticismo entre os não vacinados.
A vacina do laboratório americano é a quinta "recomendada na União Europeia para prevenir a covid-19 entre as pessoas de mais de 18 anos", destacou a EMA em um comunicado.
A UE já assinou um contrato para a compra de até 200 milhões de doses da vacina, de duas doses.
A Novavax afirma que sua vacina contra a covid-19 apresentou uma eficácia de 90,4% em um vasto ensaio na América do Norte.
No entanto, o laboratório reconheceu que está "testando sua vacina contra a variante ômicron" e que ainda está trabalhando em uma versão específica que ataque esta variante, que é particularmente contagiosa.
Todas as vacinas ensinam o sistema imunológico do corpo a atacar o coronavírus, mas fazem isso de diferentes formas.
A chamada tecnologia de subunidades de proteínas da Novavax já foi testada e utilizada durante décadas para vacinar humanos contra doenças como a hepatite B e a coqueluche.
Também tem a vantagem de não precisar ser armazenada em temperaturas muito baixas, o que potencialmente lhe fornece uma vantagem logística em relação a outras vacinas.
As vacinas Pfizer/BioNTech e Moderna, que dominaram a resposta global à covid-19, utilizam uma tecnologia pioneira, mas que até agora não foi testada em grande escala: a do RNA mensageiro.
- Um inverno sombrio -
Enquanto isso, as advertências sobre o risco da ômicron crescem no mundo todo.
O principal assessor dos Estados Unidos para a pandemia, Anthony Fauci, alertou no domingo que se aproxima um inverno (hemisfério norte) sombrio e que o vírus "se espalha causando estragos em todo o mundo".
"Com a ômicron (...) teremos algumas semanas ou meses difíceis à medida que entramos no inverno", disse o médico ao canal NBC News.
A NBA, principal liga de basquete do mundo, e a NBPA, que reúne os jogadores, chegaram a um acordo no domingo sobre regras para recrutar jogadores substitutos para as equipes afetadas pela covid.
Nesta segunda-feira, o tenista Rafael Nadal anunciou que deu positivo para covid-19 em um teste que realizou ao retornar de Abu Dhabi para a Espanha.
"Estou passando por momentos desagradáveis, mas acredito que vou melhorando pouco a pouco", escreveu no Twitter o tenista de 35 anos.
Na Alemanha, o grupo de especialistas que assessora o governo alertou sobre a propagação da ômicron e defendeu reduções adicionais aos contatos entre as pessoas, sem mencionar um novo confinamento.
Na Holanda, as autoridades decretaram um novo confinamento para tentar reduzir a propagação do vírus, com o fechamento de todos os comércios não essenciais, restaurantes, bares, cinemas, museus e teatros até 14 de janeiro.
Na França, onde a taxa de casos bateu um novo recorde com 50.000 novos contágios diários, a ministra de Indústria, Agnès Pannier-Runacher, deu positivo para covid-19.
- Preocupação afeta os mercados -
O medo da propagação do vírus atingiu com força os mercados. O petróleo caía 5% e as principais bolsas europeias operavam com prejuízos, em sintonia com a tendência na Ásia.
Por sua vez, o governo de Israel proibiu as viagens para vários países europeus adicionados a uma lista vermelha pelo risco de contágio. Os Estados Unidos também podem ser vetados como destino.
As manifestações contra as medidas de contenção do vírus continuam e na Bélgica uma manifestação contra o certificado sanitário reuniu milhares de pessoas, com alguns detidos quando a polícia tentou dispersar o protesto.
Até agora a pandemia deixa 5,34 milhões de mortos em todo o mundo desde que a OMS na China detectou a aparição da covid-19 no final de dezembro de 2019, segundo um balanço feito pela AFP na noite de domingo a partir de fontes oficiais.
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