Um estudo científico publicado na última quinta-feira (16/12) pela revista Nature, apresenta o primeiro animal do mundo com mais de mil pés. Ele foi encontrado em uma profundidade de 60 metros, em uma área de mineração na região de Eastern Goldfields, no oeste da Austrália.
Os cientistas tem considerado que o animal é o único milípede verdadeiro que existe já que tem 1.306 patas.
A espécie foi batizada de Eumillipes de persephone em homenagem a deusa grega do submundo Perséfone, justamente por ter sido encontrado abaixo do solo. Assim como outros animais que vivem constantemente na escuridão, a nova espécie tem aparência pálida e também é cego.
O animal possui ainda defesas químicas e mais de 100 glândulas ao longo do seu corpo, que secretam uma toxina alcalóide. Segundo Paul Marek, entomologista da Virginia Tech e um dos autores do estudo, a toxina é provavelmente usada para deter predadores como formigas, besouros e toupeiras.
Em entrevista ao blog estadunidense Gizmodo, Paul Marek disse que é incrível analisar o animal, considerando que o encontraram a 60 metros de profundidade e no escuro. "Deve haver algum tipo de sensor para orientação na busca de alimentos e recursos e para encontrar outros parceiros", explica.
Segundo Juanita Rodriguez, colaboradora de pesquisa e especialista em insetos do Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO), o animal provavelmente evoluiu para alcançar um comprimento tão grande para facilitar sua movimentação no subsolo. Ao The Guardian, ela afirmou ainda que foi surpreendente descobrir a nova espécie vivendo em profundidades tão grandes, porque embora alguns animais descritos como milípedes vivam em cavernas, muitos são habitantes da superfície e decompõem a matéria orgânica como as folhas que caem das árvores, por exemplo.
E o Eumillipes de persephone quebrou o recorde existente, estabelecido pela Plenipes Illacme, de maior quantidade de patas. O outro animal, encontrado na Califórnia tem até 750 pernas. Eles inclusive fizeram uma análise genética preliminar que revelou que, apesar de serem parecidos fisicamente, as duas espécies são apenas remotamente relacionadas.
Você consegue acessar a pesquisa completa neste link.
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