A idade, o sexo e o tabagismo são fatores que podem atenuar a proteção contra a covid-19 desencadeada pela vacina da Pfizer. A conclusão faz parte de um estudo conduzido no Japão com 365 profissionais de saúde, avaliados três e seis meses depois de receberem as duas doses da fórmula protetiva. Os resultados, ainda não revisados por pares, foram divulgados, neste mês, na plataforma medRxiv.
A equipe de cientistas, liderada por Yushi Nomura, do National Hospital Organization Utsunomiya, coletou e analisou amostras de sangue de 250 mulheres e 115 homens, com idade média de 44 anos, para quantificar a produção de anticorpos contra o coronavírus. Como já apontado por outros estudos, o grupo japonês constatou que, de forma geral, os participantes mais velhos apresentaram "níveis de anticorpos significativamente mais baixos".
Analisando os dados mais a fundo, chegou-se a outras características que podem comprometer a condição imunológica contra a covid-19. Por exemplo, problemas de saúde, como a hipertensão, o diabetes e a ingestão excessiva de álcool, não interferiram na produção de anticorpos, diferentemente do tabagismo. Há uma "diferença significativa" entre as taxas de anticorpos em voluntários que fumam e os que não fumam.
Já na análise ajustada por idade, o tabagismo foi o único fator associado a títulos de anticorpos mais baixos. A taxa média de queda nos níveis de proteção considerando o terceiro e o sexto mês foi de 29,4%. Avaliando apenas a questão do sexo, os níveis protetivos atenuaram significativamente entre o terceiro e o sexto mês nas mulheres — a taxa de declínio foi 6,5% mais rápida do que a constatada em homens.
No texto, a equipe enfatiza que "os níveis de anticorpos podem ser afetados por diferentes fatores em diferentes momentos" e que o objetivo da pesquisa é justamente "explorar as variáveis clínicas associadas" à infecção pelo novo coronavírus e à imunização.