Um medicamento oral do laboratório norte-americano Pfizer reduziu em 89% o risco de hospitalização ou morte em pacientes adultos de covid-19 com risco elevado de doença grave. Essa é a segunda pílula anunciada para combater a enfermidade causada pelo Sars-CoV-2 — a farmacêutica MSD, também dos EUA, lançou, no mês passado, o molnupiravir, desenvolvido inicialmente como antigripal.
Desenvolvido especificamente para lutar contra a covid, o Paxlovid, da Pfizer, obteve resultados tão bons no teste clínico intermediário que o laboratório informou que vai interromper os exames e enviar os dados para a Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA), dos Estados Unidos, o mais rápido possível, para obter a autorização de uso emergencial. Os dados divulgados fazem parte de um comunicado da empresa, ainda não foram divulgados em uma revista científica, o que implica em uma revisão por pares.
Diretor executivo da Pfizer, Albert Bourla disse à CNN que espera que o pedido de autorização possa chegar antes de 25 de novembro. "A notícia de hoje é uma mudança autêntica nos esforços globais para deter a devastação desta pandemia", afirmou. "Esses dados sugerem que nosso candidato a antiviral oral, se aprovado ou autorizado pelas agências reguladoras, tem o potencial de salvar a vida dos pacientes, reduzir a gravidade das infecções por covid-19 e evitar até nove em cada 10 hospitalizações", acrescentou. Segundo o presidente americano, Joe Biden, o governo reservou milhões de doses antes da decisão da FDA. A pílula, diz, constituirá "outra ferramenta em nossa caixa de ferramentas para proteger a população dos piores resultados da covid-19".
A principal análise do teste avaliou dados de 1.219 adultos. Nos dias posteriores ao surgimento dos sintomas, alguns deles receberam o fármaco experimental e outros, um placebo, durante cinco dias, a cada 12 horas.