Os casos de covid aumentaram 23% na última semana no continente americano, a maioria em Estados Unidos e Canadá, mas também foram registrados fortes picos em Bolívia, Equador e Paraguai, alertou nesta quarta-feira (24) a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
"Essas tendencias são reveladoras", disse em uma coletiva de imprensa a diretora da Opas, Carissa Etienne, ao advertir que o aumento recorde de novas infecções na Europa pode ser replicado nas Américas nas próximas semanas.
A América do Norte registra a maior parte desses novos contágios. Na última semana, as infecções duplicaram e triplicaram nos territórios canadenses de Yukon e Noroeste.
Na América do Sul, quase todos os países - exceto Brasil, Suriname e Venezuela - notificaram maior incidência de covid. Os saltos mais pronunciados foram registrados no Equador e no Paraguai, com um crescimento de 400% no departamento boliviano de Santa Cruz, que a Opas atribuiu às greves e protestos recentes.
Na Colômbia, Bogotá e Medellín reportaram um aumento de casos e hospitalizações, especialmente entre os mais jovens, enquanto Chile e Argentina também registraram crescimento no número de novos casos, segundo a Opas.
Apesar de as novas infecções terem caído 37% na América Central, houve aumento em alguns lugares do Caribe, como Barbados, Ilhas Cayman e República Dominicana, enquanto Trinidad e Tobago registrou as taxas de covid mais altas de sua história, com ao menos cinco hospitais atingindo 80% de sua capacidade.
"Apesar de os casos de covid terem diminuído significativamente nos últimos meses, a transmissão da doença continua ativa em nossa região, por isso que, todas as vezes que baixamos a guarda, o vírus ganha impulso", afirmou Etienne, apontando para o risco que representam as festas de fim de ano e o período de férias de verão no hemisfério sul.
Nesse contexto, a dirigente da Opas destacou a situação na Europa, onde focos de baixa vacinação anticovid e o relaxamento das medidas de prevenção provocaram um aumento significativo das infecções.
"Ao longo desta pandemia, a Europa tem sido uma janela do futuro para as Américas. Já vimos mais de uma vez como a dinâmica da infecção na Europa se reflete aqui algumas semanas depois", disse.
"O futuro se abre diante de nós e deve servir de alerta para a nossa região, porque somos ainda mais vulneráveis", enfatizou.
A Opas destacou que, na América Latina e no Caribe, 51% da população já foi completamente imunizada contra a covid, mas ainda há 19 países da região que não atingiram a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de vacinar 40% da população até o fim deste ano.
E, ainda assim, em muitas áreas foram suspensas ou flexibilizadas as medidas para evitar contágios, como o uso de máscaras e o distanciamento social, especialmente em lugares fechados.
"Esta é uma combinação preocupante", afirmou Etienne.
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