Brincadeiras à parte, a fratura por estresse é um tipo especial de fratura que normalmente não é identificada nos estágios iniciais por uma radiografia simples, necessitando de uma ressonância magnética para seu diagnóstico. Ela é comum em corredores, militares e praticantes de esportes de salto, exatamente por submeterem as suas pernas a altos níveis de impacto mecânico. A tíbia, os metatarsos, o calcâneo e a fíbula são exemplos de locais em que essas fraturas podem ocorrer.
E por que elas ocorrem?
Bom, é tudo uma questão de dano e reparo ósseo. Os nossos ossos apresentam normalmente um processo de turnover, que consiste na demineralização e na mineralização óssea, processo que sofre modulação hormonal e também dos estímulos externos. Quando o processo de agressão ao osso (impacto em excesso) supera o processo de recuperação, as fraturas ocorrem.
Quais os fatores de risco?
O principal fator é a carga de treinamento. Aumentos abruptos na intensidade, volume ou até mesmo mudanças de terreno se associam frequentemente a esse quadro. Fatores biomecânicos individuais também podem se associar, como a fratura do quinto metatarso no pé cavo, por exemplo. Dietas muito restritivas, privação de sono, uso de hormônios derivados da testosterona também podem estar relacionados.
Agora já quebrei. O que eu faço?
A maioria das fraturas de estresse são de tratamento conservador, ou seja, sem cirurgia. Algumas fraturas, denominadas de alto risco, como as fraturas da região anterior da tíbia, necessitam de tratamento cirúrgico para prevenir complicações mais graves e permitir o retorno ao esporte de forma previsível e duradoura.
Já recuperei. O que posso fazer como prevenção?
Prevenir é sem dúvida muito melhor que remediar. Controle de carga no treinamento, respeito ao tempo de recuperação, controle dietético, bom padrão de sono e assessoramento esportivo são a chave para a prevenção das fraturas por estresse.
Não fique estressado! Na dúvida procure sempre seu ortopedista de confiança