Uma pesquisa norte-americana mostrou que o jejum intermitente gera benefícios a saúde dos ratos. Nos roedores, reduzir o número de refeições, com grandes intervalos, foi melhor para a qualidade de vida dos roedores do que simpleSmente comer menos. No estudo, publicado na última edição da revista especializada Nature Metabolism, os investigadores alimentaram os animais uma vez por dia durante meses e constataram que as cobaias apresentaram uma melhor atividade do metabolismo e uma expectativa de vida mais alta em relação aos que seguiram dieta tradicional. Apesar dos dados positivos, os investigadores ressaltam que os mesmos resultados podem não se repetir em humanos.
Na experiência, os especialistas separaram os ratos em três grupos: o primeiro deles teve acesso ilimitado aos alimentos; o segundo comeu três refeições por dia, com calorias controladas; enquanto o terceiro também ingeriu menos gordura, mas apenas durante uma refeição a cada 21 horas. Como resultado, os cientistas observaram que os ratos em jejum intermitente viveram seis meses a mais do que as cobaias que realizavam mais de uma refeição por dia e um ano a mais do que o primeiro grupo (sem restrição calórica).
“Foi algo bastante surpreendente. Além da expectativa de vida mais curta, esses ratos (com cardápio liberado) eram piores em certos aspectos de fragilidade, como uma pelagem fraca, por exemplo”, relatou, em um comunicado à imprensa, Dudley Lamming, pesquisador da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos e principal autor do estudo.
O líder da pesquisa explicou que os resultados verificados confirmaram uma suspeita antiga na área médica. “Essa sobreposição de tratamento, tanto reduzindo calorias quanto impondo um jejum, é algo que todos apostavam ser eficaz à saúde, mas era difícil provar biologicamente. Apenas nos últimos anos os especialistas começaram a se interessar por esse problema e investigar mais esse tema, como nós fizemos agora”, detalhou.
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Abordagem limitada
Os pesquisadores destacaram que o estudo apresenta limitações, já que todos os animais analisados eram machos, e o período de análise foi curto — cerca de três meses apenas. O grupo também ressaltou que os ganhos observados nos ratos podem não ser vistos em humanos, já que as duas espécies são bastante diferentes.
“É mais difícil fazer esse tipo de análise em humanos, não podemos limitar por tanto tempo a ingestão de alimentos. Futuramente, queremos avaliar outros tipos de dieta mais próximas ao jejum intermitente, e com restrição de calorias, em estudos clínicos”, adiantou Lamming.
As dietas de jejum intermitente são muito populares entre celebridades, como Hugh Jackman e Kourtney Kardashian, mas Lamming alertou que a comunidade científica ainda não conhece os benefícios a longo prazo. “Não sabemos qual é o melhor momento para jejuar, nem a reação de cada pessoa”, acrescentou.
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