A vacina contra a covid-19 desenvolvida pela empresa americana Johnson & Johnson, também chamada de vacina da Janssen, é mais eficaz quando administrada em duas doses. O imunizante foi o primeiro e único fármaco protetivo ao novo coronavírus aplicado em dose única, mas, de acordo com os desenvolvedores, o poder de proteção é bem maior com um reforço. A fórmula é uma das aplicadas no Brasil, sendo destinada principalmente a grupos específicos, como professores e moradores de rua.
Em um comunicado divulgado ontem, os especialistas do laboratório americano informaram que, com base em dados de um ensaio clínico conduzido em vários países com vacinados a partir de 18 anos, observou-se que a aplicação de uma segunda dose do imunizante cerca de dois meses (56 dias) depois da primeira inoculação fez com que os níveis de anticorpos aumentassem de “quatro a seis vezes”. Os responsáveis pelas análises também constataram que a eficácia do fármaco contra casos sintomáticos da doença pelo menos 14 dias depois do reforço foi de 75% e de 100% contra casos graves.
Em análise feita apenas nos Estados Unidos, um dos países que mais utilizaram o imunizante, a eficácia contra os casos sintomáticos (moderados a graves) foi de 94% com a dose de reforço. Em comparação, os dados mais recentes do ensaio clínico de dose única original mostram taxa de 70%. Segundo o laboratório, variantes do coronavírus reduzem a eficácia da vacina contra os casos graves.
A empresa informou que já enviou os dados à Food and Drug Administration (FDA), agência responsável pela regulação do uso de medicamentos nos EUA, e que, em breve, os apresentará a autoridades regulatórias de outros países. O presidente Joe Biden já declarou que estuda a aplicação de reforços de todas as vacinas em toda a população norte-americana e que aguarda mais estudos médicos para corroborar a decisão.