No âmbito do Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio, o Ministério da Saúde lançou, nesta quarta-feira (1º/9), o curso de formação de multiplicadores em urgências e emergências em saúde mental. Médicos e enfermeiros serão capacitados para realizar atendimentos de pacientes em sofrimento psíquico, quadro agravado devido à pandemia de Covid. O objetivo é oferecer orientações técnicas sobre condutas humanizadas e terapêuticas, oferecendo “uma assistência cada vez mais adequada para os pacientes em sofrimento psíquico”.
Os profissionais de emergência e urgência, serão preparados para prestar assistência cada vez mais adequada a pacientes que utilizam o serviço e apresentam quadros, por exemplo, como ansiedade, depressão, violência autoprovocada, inclinação a tirar a própria vida e transtornos por uso de substâncias psicoativas.
Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nos últimos anos, a pasta investiu mais de R$ 1,5 bilhão na abertura de novos serviços de atenção e promoção à saúde mental e mais de R$ 99 milhões na qualificação de profissionais de saúde.
Para Queiroga, o ambiente da pandemia de covid-19 agravou os problemas relacionados à saúde mental, que são prioridade no governo. “Temos uma quarta onda que é caracterizada pelo impacto à saúde mental das pessoas, inclusive dos profissionais de saúde que, há um ano e meio nessa pandemia, já se encontram em situação de esgotamento”, disse durante cerimônia no Ministério da Saúde, em Brasília.
O curso foi preparado com auxílio dos profissionais do Samu do Distrito Federal, que conta, desde 2016, com um Núcleo de Saúde Mental para atender exclusivamente demandas relacionadas a transtornos psicológicos, como depressão e crises de ansiedade. A equipe atua tanto de forma presencial, em ambulância, como a distância, pelo telefone do Samu, o 192.
A secretária de Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, disse que a partir de agora, doentes mentais em crise receberão atendimento digno, qualificado. “Não teremos mais doentes mentais no Brasil sendo socorridos como criminosos, sendo amarrados, sendo conduzidos para unidade de saúde sem que os profissionais que também recebem esses doentes ofereçam o atendimento técnico adequado. Isso é humanização, isso é humanidade”, disse.
De acordo com Pinheiro, o Brasil está entre os 14 países que tem taxas crescentes de suicídio no mundo, são cerca de 12 mil pessoas por ano. “Há um consenso científico que diz que pessoas que tentam suicídio, durante os últimos 12 meses que antecederam esse desejo, elas procuraram uma unidade de saúde e isso aumenta a responsabilidade enquanto gestores”, explica.
O evento contou também com a presença da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e outras autoridades. O ministro também informou que, até o final do ano, o governo também quer implantar o serviço de teleapoio emocional, no número 196.