Pandemia

Teste detecta a presença da covid-19 pelo suor

Pelo exame, gotas de suor são colhidas, com um cotonete, da axila da pessoa com suspeita de infecção. Quinze minutos depois, a haste é inserida em um tubo de vidro esterilizado com raios ultravioleta, onde a amostra é analisada

Correio Braziliense
postado em 10/09/2021 06:00
Chadin Kulsing mostra o exame já testado em mais 2 mil pessoas: 95% de confiabilidade -  (crédito: Lillian Suwanrumpha/AFP)
Chadin Kulsing mostra o exame já testado em mais 2 mil pessoas: 95% de confiabilidade - (crédito: Lillian Suwanrumpha/AFP)

Cientistas da Tailândia trabalham em um projeto que poderá deixar testes de detecção da covid-19 mais simples e menos invasivos. Eles desenvolveram um sistema capaz de identificar a presença do novo coronavírus pelo suor, com resultado obtido em menos de um minuto. A nova tecnologia rendeu resultados animadores em testes feitos em mais de 2 mil pessoas nas ruas de Bangcoc, a capital do país.

Pelo exame, gotas de suor são colhidas, com um cotonete, da axila da pessoa com suspeita de infecção. Quinze minutos depois, a haste é inserida em um tubo de vidro esterilizado com raios ultravioleta, onde a amostra é analisada. O resultado fica disponível em apenas 30 segundos. “Nossa avaliação é 95% confiável, um resultado alto e comparável ao do PCR nasal”, afirmou à Agência France-Presse (AFP) de notícias Chadin Kulsing, pesquisador da Universidade Chulalongkorn de Bangcoc e um dos criadores do teste.

A pesquisa de Kulsing é um desdobramento de um estudo em que ele e sua equipe treinaram cães farejadores para detectar, por meio da transpiração humana, casos assintomáticos de covid-19. “As pessoas infectadas pelo novo coronavírus secretam substâncias químicas distintas. Essa descoberta abre portas para o desenvolvimento de vários tipos de análises, que podem focar na identificação de odores específicos”, detalhou.

Facilidade

A Tailândia não é o primeiro país a utilizar o suor para detectar a covid-19. O Reino Unido e os Estados Unidos também iniciaram experimentos similares, mas as tecnologias não estão disponíveis. Kulsing espera que seu método de detecção, ainda em fase experimental, possa ser utilizado em breve, como alternativa ao PCR. O exame considerado padrão ouro exige um processamento mais trabalhoso, já que é feito em laboratório, além de ser mais caro, lembrou o pesquisador.

Também em entrevista à AFP, um dos participantes do teste em escala real disse aprovar a facilidade da abordagem. “É muito mais prático. Não preciso ir a um laboratório e posso continuar trabalhando enquanto espero o resultado”, disse. O país registrou quase 1,5 milhão de casos e 14 mil mortes por covid, a maioria nos últimos meses.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação