Coronavírus

Estudo da Fiocruz analisa inflamação na covid-19 grave em diabéticos

Cientistas da Fundação Oswaldo Cruz verificaram que a diabetes induz uma inflamação nas células circulantes do sistema imunológico, tornando-as mais propensas ao novo coronavírus

Agência Brasil
postado em 03/09/2021 16:55 / atualizado em 03/09/2021 16:55
 (crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
(crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Bahia verificaram que a diabetes induz uma inflamação nas células circulantes do sistema imunológico com aumento da expressão dos genes ACE2 e ALOX5, tornando-as mais propensas à invasão do novo coronavírus, o Sars-CoV-2.

"Os pesquisadores também observaram o aumento do leucotrieno B4 (LTB4) nas células sanguíneas desses pacientes, um mediador lipídico associado a alterações como inflamação e comprometimento da cicatrização na diabetes, indicando que o LTB4 pode ser um mediador que aumenta o risco de covid-19 grave em indivíduos com a comorbidade e um dos causadores da resposta inflamatória sistêmica mais pronunciada. Estes pacientes requerem cuidados intensivos com mais frequência devido à lesão pulmonar", diz a Fiocruz.

Os resultados da pesquisa foram publicados na Diabetes, uma das revistas científicas mais importantes do mundo sobre o tema.

No estudo, as taxas de mortalidade foram semelhantes entre pacientes com covid-19 com ou sem diabetes, mas a gravidade da doença foi maior nos indivíduos com a doença, assim como a redução da saturação de oxigênio e o aumento significativo da duração da covid-19.

Para avaliar o papel da inflamação crônica de baixo grau no agravamento da covid-19 em pessoas com diabetes, os pesquisadores analisaram dados clínicos e amostras de sangue de pacientes com e sem diabetes internados com o Sars-CoV-2. Segundo a instituição de pesquisa, embora se saiba que a diabetes é um fator de risco para covid-19, ainda se desconhecem os mecanismos envolvidos na evolução da doença em indivíduos com esta comorbidade.

Os cientistas da Fiocruz ressaltaram que, levando em conta que cerca de 463 milhões no mundo vivem com a diabetes e que a covid-19 é altamente transmissível, é urgente a necessidade de identificação de mecanismos que previnam a infecção nesse grupo de pessoas.

 

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