O Agosto Branco simboliza a luta contra o câncer de pulmão, o mais letal do mundo desde 1985. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, o câncer de pulmão é o segundo mais comum em homens e mulheres no Brasil e é o primeiro em todo o mundo, tanto em incidência quanto em mortalidade. Cerca de 13% de todos os casos novos de câncer no país são de pulmão. No fim do século passado, a doença tornou-se uma das principais causas de mortes evitáveis.
Em 2019, a incidência do tumor no sistema respiratório aparece em primeiro lugar, no Brasil, em número de mortes entre homens (16.733). E, entre mulheres, aparece na segunda colocação, com 12.621 óbitos, conforme dados do Inca. Outros tumores com alta taxa de mortalidade incidem na próstata, na mama, no cólon e no reto.
“O câncer de pulmão corresponde a um conjunto de diferentes doenças caracterizadas pelo crescimento anormal de células localizadas no pulmão com capacidade de se disseminarem para outros órgãos, o que chamamos de metástases. Existem diferentes tipos de câncer de pulmão com comportamento e tratamentos muito diferentes. Infelizmente, os primeiros sintomas da doença surgem já quando atinge estágios mais avançados. Os mais frequentes são tosse, catarro com sangue, falta de ar progressiva e emagrecimento”, explica Fernando Vidigal, oncologista clínico e coordenador do Centro de Oncologia do Hospital de Brasília.
O tabagismo é o principal fator associado ao câncer de pulmão e abrange 85% dos casos diagnosticados. Porém existem outras causas para a doença. “Exposições ambientais também estão associadas a câncer de pulmão. Existem alguns terrenos no Brasil que são ricos em radônio, são fatores de risco para câncer de pulmão. A própria poluição e o tabagismo passivo podem provocar a enfermidade”, enumera o chefe da equipe Copan de Pneumologia da Beneficência Portuguesa de São Paulo, Felipe Marques.
Sobre o tratamento da doença, o especialista explica que é feito em fases e, no caso dos pacientes com diagnóstico precoce, o melhor disponível é a ressecção pulmonar. “À medida que a doença vai se alastrando dentro do tórax, temos uma forma chamada de localmente avançada, onde podemos tentar realizar um procedimento cirúrgico de ressecção. A segunda opção é implementar quimioterapia combinada com radioterapia, seguida de imunoterapia de manutenção”, afirma.
Quando o caso é mais grave e o câncer não está restrito ao tórax do paciente, o tratamento, muitas vezes, é feito com quimioterapia ou quimioterapia combinada com imunoterapia, ou somente a imunoterapia, segundo o especialista.
A aposentada Cecília Monteiro, 81 anos, descobriu um câncer de pulmão em 2016, quando realizava exames médicos de rotina em Brasília. “Identificaram uma massa no pulmão, porém não sentia nada. De repente, essa massa começou a crescer, até que os médicos descobriram ser um tumor maligno”, afirma. Ela conta que nunca fumou cigarro. “Mas convivi com meu marido, que fumou durante 50 anos”, acrescenta. Além disso, Cecília Monteiro diz ter se curado do câncer graças ao diagnóstico ainda na fase inicial da doença e, segundo ela, a recuperação foi muito rápida sem a necessidade de cirurgia.
*Estagiários sob supervisão de Rosana Hessel
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