Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) precisar ser internado devido a uma crise de soluços que já dura mais de dez dias, as dúvidas sobre a gravidade da situação cresceram. O chefe do Executivo passa por exames médicos para entender a necessidade cirúrgica.
O soluço é provocado por um espasmo do diafragma, uma estrutura muscular que separa o tórax do abdome, durante a inspiração, concomitante ao fechamento da glote, causando um ruído bem característico, que já é conhecido e associado.
A gastroenterologista do Hospital Brasília, Zuleica Barrio, esclareceu ao Correio sobre sintomas, causas e tratamento. Segundo ela, algumas das causas podem ser doenças gastrointestinais como refluxo, hérnia de hiato, excesso de gases causando distensão abdominal, megaesôfago, tumores de esôfago e pós operatório de cirurgia abdominal.
O soluço também pode ocorrer devido a causas neurológicas como meningite, encefalites, AVC, neoplasias, esclerose múltipla, dentre outras. A médica afirma ainda que há fatores metabólicos como distúrbios hidroeletrolíticos, tabagismo, uso de medicamentos, dentre eles os corticoides.
Sobre o tratamento, Zuleica revela que pode ser feito com medidas como a interrupção do ciclo respiratório por alguns segundos, deglutição de água ou o espirro: "Em alguns casos pode ser necessário o uso de medicamentos com ação neurológica ou miorrelaxante, medicamentos que inibem a acidez gástrica. Para os casos mais difíceis, pode ser necessário o uso de um marca-passo ao nível do nervo frênico".
Apesar de raramente o soluço causar problemas mais graves, a gastroenterologista alerta que ele pode ser um sintoma de algo grave, como tumores ou doenças neurológicas. "O soluço torna-se preocupante se ficar ininterrupto por longo período, incapacitando o paciente de seguir com suas atividades normais e impedindo o sono", finalizou.
Bolsonaro internado
O presidente Jair Bolsonaro deu entrada nesta quarta-feira (14/07) no Hospital das Forças Armadas (HFA) com dores abdominais e uma crise de soluço persistente. Em meio aos exames aos quais está sendo submetido, ainda é avaliada a necessidade de uma possível cirurgia de emergência. Essa seria a sétima cirurgia realizada pelo chefe do Executivo após a facada recebida em 2018, durante a campanha eleitoral, em Juiz de Fora (MG). A última, foi realizada no dia 25 de setembro, para a retirada de um cálculo vesical.
A suspeita é de que o presidente esteja com um quadro de obstrução intestinal, por motivo que ainda está sendo avaliado. Ele deverá ficar sob observação entre 24 e 48 horas. Segundo a assessoria, o presidente está animado e passa bem, mas o estado de saúde ainda inspira cuidados.
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