Estudo chinês indica que anticorpos contra a covid-19 podem durar até 12 meses em mais de 70% dos pacientes que se recuperaram da doença. A pesquisa foi realizada pelo Centro Nacional de Pesquisa para Medicina Translacional da Universidade Jiao Tong com o Grupo Nacional de Biotecnologia da China, subsidiária da farmacêutica estatal Sinopharm. Os resultados foram publicados na última terça-feira (6/7), no jornal científico Nature Communications.
Além disso, o estudo mostra que a vacinação pode ser efetiva em restringir a propagação do coronavírus porque gera uma resposta imunológica semelhante à produzida naturalmente pelo corpo contra os vírus vivos.
Foram coletadas cerca de 1.800 amostras de plasma convalescente, parte do sangue rica em anticorpos, de 869 pacientes que tiveram covid-19 em um prazo de até 12 meses após o diagnóstico. Os participantes eram da cidade de Wuhan, onde o surto de coronavírus começou em dezembro de 2019.
Os pesquisadores analisaram a presença de RBD-IgG, tipo de anticorpo que demonstra o grau de imunidade contra a doença, e perceberam que essa proteção cai para 64,3% do nível inicial no 9º mês e depois se estabiliza nesse patamar. Foi observado também uma forte relação entre RBD-IgG e a produção de anticorpos neutralizantes, que são capazes de bloquear a entrada do vírus nas células.
A presença do anticorpo estudado foi maior nos homens do que nas mulheres em 12 meses, especialmente no estágio inicial após o diagnóstico da doença. No entanto, a diferença diminui com o tempo.
Há também uma correlação positiva entre a idade e o RBD-IgG nos participantes com idade entre 18 e 55 anos, indicando que os doadores de plasma mais velhos podem desenvolver resposta de anticorpos contra SARS-CoV-2 de forma mais eficaz do que os mais jovens. Não foi observado nenhuma relação entre o tipo sanguíneo e a imunização.
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