» Segunda-feira, 21
Peixe-fóssil pode viver mais de 100 anos
Os peixes-fóssil podem viver por um período cinco vezes maior do que o imaginado inicialmente por cientistas. Talvez até um século, de acordo com um novo estudo, desenvolvido por cientistas franceses e publicado na revista Current Biology. Os pesquisadores estudaram marcas nas escamas de espécimes de um museu, da mesma forma que os especialistas contam a idade das árvores por seus anéis. Até agora, acreditava-se que o celacanto tivesse uma vida útil de cerca de duas décadas. Os resultados da pesquisa indicam ainda que o peixe se reproduz apenas no fim da meia-idade e pode ter uma gestação de até cinco anos. De crescimento lento, eles produzem poucos filhotes e são particularmente vulneráveis às pressões de extinção, como mudanças climáticas e a pesca predatória. Por muito tempo, o celacanto foi considerado extinto, até que foi pescado na África do Sul, em 1938. Depois, foram descobertas populações na costa leste do continente africano e na Indonésia.
» Terça-feira, 22
Víboras garantem reserva de veneno
Estudo desenvolvido por cientistas chineses mostra que as víboras sabem, instintivamente, a quantidade de veneno que têm armazenada e são propensas a deixar de atacar — e morder — as presas quando o nível está baixo. Nessas situações, elas preferem fugir. O trabalho, realizado por herpetologistas da Academia Chinesa de Ciências, em Chengdu, demonstrou que até as agressivas víboras de focinho afiado (Deinagkistrodon acutus), nativas do sudeste asiático, têm comportamento diferente ante as ameaças se a reserva de veneno estiver comprometida. Os especialistas separaram 23 cobras venenosas da espécie por níveis de veneno (baixo, reabastecimento e normal). Cada uma foi provocada durante um minuto durante 24 dias — alguns dos répteis foram induzidos a morder um pano para manter a quantidade de veneno baixa. Segundo o artigo publicado na revista New Scientist, os animais com estoque normal atacaram mais. Os demais soaram alerta ou fugiram.
» Quarta-feira, 23
Criadores de vacinas anticovid premiados
Sete cientistas que contribuíram para o rápido desenvolvimento de vacinas contra a covid-19 foram agraciados com o Prêmio Princesa das Astúrias de Pesquisa Científica e Técnica. Entre os vencedores, estão os turcos Özlem Türeci e Ugur Sahin, fundadores do laboratório alemão BioNTech, que, junto à empresa americana Pfizer, desenvolveram a vacina pioneira mundial contra o coronavírus. Também foram reconhecidos a bioquímica húngara Katalin Kariko e seu principal colaborador, o imunologista americano Drew Weissman, pioneiros na investigação das “possibilidades terapêuticas do RNA”, abrindo caminho para os imunizantes Pfizer/BioNTech e Moderna. O biólogo canadense Derrick Rossi, fundador da Moderna, foi incluído entre os vencedores, por “explorar sua descoberta sobre a capacidade de transformar e reprogramar células-tronco pluripotentes graças às tecnologias baseadas em RNA”. O júri distinguiu igualmente a britânica Sarah Gilbert, pesquisadora da Universidade de Oxford, que liderou o desenvolvimento da vacina Oxford/AstraZeneca, assim como o imunologista americano Philip Felgner, cujas descobertas “levaram ao desenvolvimento de vacinas de DNA”. O prêmio, instituído em 1981, concede 50 mil euros (cerca de US$ 60 mil) e uma escultura, criada pelo falecido artista catalão Joan Miró.
» Quinta-feira, 24
Nova espécie de homem pré-histórico
Em estudo publicado na revista Science, paleontólogos israelenses anunciaram a descoberta, num vale no centro do país, de uma espécie de hominídeo ainda desconhecida, com 126 mil anos, um período em que os humanos modernos coexistiam com os neandertais. O fóssil foi batizado de Homo de Nesher Ramla, numa homenagem ao nome do local do sítio arqueológico em que foram encontrados fragmentos de crânio e mandíbula. Segundo os especialistas, ele tem formas mais arcaicas que as de outras espécies contemporâneas. Entretanto, ferramentas de pedra localizadas junto aos ossos indicam que eles tinham habilidades sofisticadas para a época. A pesquisa sobre o fóssil foi liderada por Israel Herskovitz, da Universidade de Tel Aviv, num trabalho que contou com a participação de cientistas de várias universidades europeias. Um segundo artigo, de autoria do paleontólogo Yossi Zaidner, da Universidade Hebraica de Jerusalém, descreve as ferramentas encontradas com o hominídeo.