Tubo de ensaio - Fatos científicos da semana

Segunda-feira, 14
Afinal, quem descobriu a Antártida?

Um novo estudo mostra que os navegadores polinésios podem ter sido os primeiros a chegar à Antártida, séculos antes dos exploradores ocidentais, que costumam ser considerados os descobridores do continente congelado. Em busca de ligações entre o povo maori e a Antártida, pesquisadores da Nova Zelândia avaliaram a chamada “literatura cinzenta”, incluindo registros orais, peças de arte indígenas e fontes não acadêmicas. “Quando se junta tudo, fica claro: há uma longa história de contato com a Antártida”, afirmou Priscilla Wehi, do instituto governamental de pesquisa Manaaki Whenua. Os polinésios foram considerados grandes velejadores da história, percorrendo enormes distâncias entre as ilhas do Pacífico com extrema precisão.


» Terça-feira, 15
aquecimento irreversível do planeta

O alerta é de Markus Rex, comandante da maior expedição científica já enviada ao Polo Norte: o planeta pode ter superado um ponto de inflexão para um aquecimento global irreversível, com consequências de efeito cascata, da Groenlândia até a Grande Barreira de Coral. “Apenas o estudo dos próximos anos nos permitirá saber se ainda podemos salvar a camada de gelo do Ártico, presente o ano todo graças a uma proteção do clima, ou se já atravessamos o ponto de não retorno”, disse Rex, oito meses após o regresso da missão internacional que passou um ano no Ártico. Durante esse período, equipes internacionais coletaram dados exaustivos que devem fornecer informações valiosas sobre a mudança climática. “O desaparecimento do gelo de verão do Ártico é uma das primeiras minas neste campo minado, um dos primeiros pontos de não retorno a que chegamos quando vamos longe demais no aquecimento (global)”, completou.


» Quarta-feira, 16
Espécies extintas “ressurgem” em Paris

Do tigre dente-de-sabre da América, extinto há 10 mil anos, à ave-elefante de Madagascar, desaparecida no último milênio, 11 espécies extintas podem ser vistas, na forma de realidade aumentada, em uma exposição do Museu de História Natural de Paris. Em comum, esses animais bastante diversos têm o fato de terem conhecido, durante sua vida, o homem moderno (Homo Sapiens). “Apenas a tecnologia nos permite reconstruir o que se perdeu”, afirma Bruno David, diretor do museu, ao falar sobre a exposição Revivre (Reviver). Em uma sala da chamada Grande Galeria da Evolução, em meio a espécimes dissecados, sete dodôs se aproximam de repente do visitante, que usa óculos de realidade aumentada, e o observam. O efeito é surpreendente: as criaturas parecem estar ao alcance das mãos. Outra sequência mostra a chegada de um punhado de quagas, equídeo do sul da África, uma mistura de zebra e cavalo, que perambula entre os animais imóveis em suas jaulas de vidro. Para preparar a programação, os pesquisadores, com a ajuda de especialistas, reconstruíram cientificamente a morfologia e o comportamento dos animais.


» Quinta-feira, 17
Teste de urina pode descobrir câncer cerebral

Moléculas minúsculas de RNA presentes na urina podem acusar a existência de tumores cerebrais, afirmam cientistas da Universidade de Nagoya, no Japão. Geralmente, esses cânceres são descobertos quando estão avançados, por meio de tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Havia a suspeita de que microRNAs poderiam ajudar a detectar a doença mais precocemente. Um teste desenvolvido pela equipe japonesa mostra que sim. “Nenhuma das metodologias convencionais consegue extrair microRNAs da urina de forma eficiente em termos de variedades e quantidades. Decidimos desenvolver um dispositivo capaz de fazer isso”, conta Atsushi Natsume, autor correspondente do estudo. Os resultados da pesquisa indicam que o exame distingue indivíduos com e sem câncer com uma sensibilidade de 100%. Detalhes do trabalho foram divulgados na revista ACS Applied Materials & Interface.