PANDEMIA

Para a OMS, mortes estão subestimadas em todo mundo em até três vezes

Segundo a vice-diretora-geral responsável por dados na agência das Nações Unidas, a pandemia provocou, até o momento, entre 6 e 8 milhões de óbitos diretos e indiretos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o número de mortes provocadas pela covid-19 no mundo é entre duas e três vezes maior que os dados oficiais. Com isso, segundo Samira Asma, vice-diretora-geral responsável por dados na agência das Nações Unidas, a pandemia provocou, até o momento, entre 6 e 8 milhões de óbitos diretos e indiretos.

No relatório anual sobre as estatísticas de saúde, divulgado ontem, a OMS contabiliza 3 milhões de óbitos por complicações da doença no ano passado, cerca de 1,2 milhão a mais do que as estatísticas divulgadas pelos governos. A última atualização mostra que, até o momento, os países relataram oficialmente 3,4 milhões de mortes.

No entanto, de acordo com o levantamento, esse contingente certamente é muito superior, considerando os desafios enfrentados por autoridades sanitárias na apuração dos casos. Samira Asma destaca que a OMS está trabalhando com os países para determinar qual é o “verdadeiro balanço humano da pandemia e, assim, estar melhor preparada para a próxima urgência”.

Ontem, diante dos reiterados apelos da OMS, os principais fabricantes de imunizantes anticovid, os países do G20 e o Fundo Monetário Internacional (FMI) se comprometeram a acelerar a vacinação lenta nos países pobres. Enquanto um terço dos habitantes dos países mais ricos já recebeu pelo menos a primeira dose, nos mais desfavorecidos esse percentual é 0,3%, de acordo com Covax, o sistema mundial de distribuição de vacinas.

Até o fim do mês, o Covax terá falta de 140 milhões de doses e outras 50 milhões em junho, com base nos volumes projetados para vacinar 20% da população nos países pobres. “Todos, em qualquer lugar, devem ter acesso às vacinas”, disse a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Roma.